Em entrevista coletiva na manhã de quinta-feira (6/12), quatro vereadores da Câmara de São José conversaram sobre pautas que querem defender nos próximos anos.
Eles entregaram um manifesto à imprensa com reivindicações, que não são novas, mas que segundo relatam, não veem procedimento na Casa.
Assinaram o documento Alexandre Rosa (DEM), André Guesser (PDT), Antônio Lemos Filho (MDB), Carlos Eduardo de Souza Martins (PSD), Cristina de Sousa (PRB) e Roinoldo de Assis Neckel (DEM). Presentes na coletiva: Guesser, Lemos, Martins e Cristina. Roinoldo enviou representante.
Uma das grandes preocupações dos parlamentares gira sobre a desconexão da Câmara de Vereadores de São José com a sociedade. Em sua avaliação, veem que as discussões estão longe do contato popular, e elencam medidas para aproximar as pessoas e demandas da cidade com o Legislativo.
“Temos uma proposta de uma nova virada de página na Câmara de Vereadores. Estamos indo para um momento de eleição da nova Mesa Diretora e que não é a nossa pauta, nós não estamos em defesa de A, B ou C, mas enquanto vereadores pensamos em ter uma proposta de Câmara e qual seria a nossa ideia hoje de uma Câmara que pudesse representar em alto nível a cidade, que pudesse ser parte do processo político”, afirmou Antônio Lemos.
Segundo ele, que afirma que não é candidato à presidência, a Câmara precisa “ouvir a população e encaminhar as demandas, e não simplesmente correr atrás da casualidade”. Coloca que o manifesto “não é um ato de oposição ou cobrança, mas uma construção”.
Para André Guesser, a modernização dos processos da Câmara é necessária para que ande ao lado do povo. “Tem coisas que acontecem que são ruins no município ou que são boas. Um certo grau de importância nisso é a Câmara que tem, e a nossa ideia é que a câmara crie essa consciência de dialogar cada vez mais com a comunidade de maneira transparente, que os pareceres apareçam para que o cidadão consiga ler e que a gente consiga diminuir ainda mais os custos”, disse o vereador.
Segundo Carlos Eduardo Martins, o Caê, o manifesto apresenta uma pluralidade de ideias, inclusive com representações de partidos distintos. “A gente tentou traduzir aqui aquilo que vivemos nesses dois anos no mandato, fruto do que vivemos, anseios que a gente não viu serem realizados, mas que acima de tudo aquilo em que acreditamos na contribuição da política para a sociedade”. Caê também aproveitou para lembrar o entrave do Paefi e a fila de cerca de 1.400 jovens vítimas de violência no município para acolhimento.
A vereadora Cristina de Sousa também falou sobre a necessidade de aproximar a população da Câmara de São José. “Ainda existe um abismo entre a população e o Executivo e Legislativo e claro que cabe a nós aproximar e construir essa ponte, mas depende muito também da gestão da Casa Legislativa, que as pessoas se sintam mais acolhidas, mais próximas”, disse Cristina.
Manifesto
Intitulado “Democratizar a Democracia”, o manifesto dos vereadores apresenta 11 pautas a serem abordadas efetivamente na CMSJ.
São estas: concurso público para intérprete de libras, implementação da escola do Legislativo, tribuna popular com demandas da sociedade josefense, Câmara Mirim e Parlamento Jovem (este aprovado por unanimidade na sessão de 5/12), digitalização total dos processos para melhor acessibilidade, retorno da TV Câmara, pauta democrática, andamento cronológico dos projetos, transparência administrativa, devolução de recursos à Prefeitura e sessão itinerante nas comunidades.
Por enquanto, os vereadores afirmam que não vão compor uma chapa à presidência da Câmara, pleito que ocorrerá em 20 de dezembro. Eles esperam que os demais colegas também abracem essas matérias para o resto da atual legislatura, em 2020.