UFSC repudia estudantes nazistas e vai avaliar expulsões

Ao menos 4 acadêmicos foram presos sob acusação de formarem grupo neonazista

A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), após reunião na manhã dessa segunda-feira (24/10), emitiu nota a respeito da prisão de estudantes da instituição acusados de pertecerem à célula neonazista em Santa Catarina.

De acordo com informações preliminares, são ao menos 4 estudantes da UFSC presos pela Polícia Civil, dos cursos de Letras, Direito, Engenharia de Aquicultura e Engenharia Automotiva, com idades de 20 a 22 anos. A ação policial ocorreu na quinta-feira (20/10) e só foi revelada neste domingo (23) em matéria do programa Fantástico, da Rede Globo.

No comunicado, a UFSC afirma que tomou conhecimento do envolvimento de estudantes com movimentos neonazistas através da imprensa, parabeniza a Polícia Civil pela ação e que colabora para total desvendamento e punição ao crime.

Publicidade

“De sua parte, a UFSC solicitará às autoridades informações sobre os estudantes presos, para a adoção das medidas disciplinares cabíveis. (…) O Conselho Universitário, em sessão realizada no dia 11 de outubro de 2022, aprovou uma moção de repúdio ao racismo, após o relato de casos ocorridos em Unidades Acadêmicas”, afirma a universidade, lembrando de episódio no final de setembro, quando uma aluna quilombola do curso de Pedagogia foi alvo de mensagens racistas inscritas em um banheiro.

Uma das possíveis punições aos estudantes flagrados integrando grupo nazista pode ser a expulsão da universidade, embasada nos artigos 117 e 118 da Resolução Normativa 017/97 do Conselho Universitário, que versa sobre desligamento em caso de atos contra integridade física e moral da pessoa. Como ressaltou a administração central, após o compartilhamento de informações com a PC haverá um processo interno disciplinar.

Na nota, a UFSC também reforça o combate ao racismo na instituição:

“Uma política de enfrentamento ao racismo, construída em colaboração com entidades estudantis e representantes do movimento negro, será levada a consulta pública no início do mês de novembro, sendo posteriormente apresentada ao Conselho Universitário. A UFSC repudia toda e qualquer ação racista e que atente contra os direitos humanos e o patrimônio ético, científico e cultural da instituição”.

A instituição lembra que a ouvidoria é o canal interno para recebimento de denúncias, incluindo a finalidade de mapear qualquer indício de redes neonazistas nos câmpus.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

Publicidade
COMPARTILHAR