Atualmente a maior parte do hidrogênio que se produz no mundo é chamado de “hidrogênio cinza”, porque vem de uma matriz de energia que não é renovável, como a queima de combustíveis fósseis.
Na próxima sexta-feira (25/8), a UFSC irá inaugurar um nova planta de conversão energética do hidrogênio com o uso de energia solar, rumando assim do “cinza” para o “verde”, isto é, em um ciclo de energia sustentável na produção do combustível. O local fica no Sapiens Parque, no norte da ilha.
Ricardo Ruther, coordenador do Grupo Fotovoltaica da universidade, projeta que há um futuro promissor para avançar nessa área, antes com altos custos e atualmente mais popularizada – fruto do investimento público em pesquisas e inovação. “Esses investimentos são principalmente puxados pela Europa e mais especificamente pela Alemanha, que já tinha decidido desativar suas usinas nucleares e procurar um substituto para essa energia”, afirma o professor. Nesse sentido, o Brasil é apontado como o país onde o Hidrogênio Verde pode ser o mais barato do mundo em 2050 por causa da abundância de água e energia renovável.
O hidrogênio é produzido via eletrólise com água e, para ser “verde”, precisa utilizar uma energia elétrica convertida a partir de fonte renovável, como solar ou eólica. Com o trabalho de décadas desenvolvido em Florianópolis, houve a atração de parceiros para o Grupo de Pesquisa em Energia Solar da UFSC.
“Nós estamos triplicando a nossa capacidade de geração solar e essa capacidade adicional de geração de energia solar vai ser usada para produzir hidrogênio”, explica Ruther.
No total, serão investidos R$ 14 milhões para a produção de energia elétrica, hidrogênio e amônia verdes no laboratório do Grupo, localizado no Sapiens Parque. A previsão é de que o potencial máximo de geração seja de 4,1 Nm3/h (normal metro cúbico por hora de hidrogênio verde) e produção máxima de 1 kg/h de amônia. A produção diária vai depender da irradiação solar e, consequentemente, da geração fotovoltaica de cada dia.
A inauguração da Planta Solar Piloto de Módulos Bifaciais deve ter a presença do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de representantes de outros ministérios, além de financiadores da Alemanha.
Com informações da UFSC