TRF4 não aceita denúncia contra o prefeito Gean Loureiro

prefeito gean loureiro olha para o lado dentro de seu gabinete, com estante ao fundo com homenagens e bandeiras
Prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, divulgou carta sobre o episódio da Chabu e recusa da denúncia pelo TRF4 - Lucas Cervenka/CSC

O Tribunal Federal da 4ª Região (TRF4) rejeitou nesta quinta-feira (18/6) denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal contra o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), no âmbito da Operação Chabu.

Há exatamente um ano Loureiro foi preso pela Polícia Federal no lançamento da operação com a suposição de que teria uma sala à prova de grampos e escutas telefônicas na prefeitura e de que recebia informações sigilosas da justiça a respeito de outras operações.

Gean foi interrogado por algumas horas na sede da PF no dia 18 de junho de 2019 e, após, teria que ficar afastado um mês do cargo. Conseguiu reverter logo a restrição no mesmo TRF4, e voltou à prefeitura uma semana depois.

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Em fevereiro desse ano, o MPF arquivou parcialmente as denúncias, mantendo a tese de organização criminosa, tratando da circulação de informações sigilosas para frustrar operações da PF -– daí o termo “chabu”, como algo promissor que falha. Sobre o indiciamento, Loureiro disse que seria natural: “como iriam justificar a minha prisão?”.

Nesta quinta o prefeito divulgou à imprensa uma carta a respeito do episódio, que considera finalizado.

Confira a mensagem

Hoje, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu não aceitar a denúncia contra mim na Operação Chabu. Me inocentou antes mesmo de um julgamento. Chega ao fim um pesadelo que já durava um ano.

Há exatamente doze meses, eu e minha família fomos acordados na madrugada, fui tirado de casa e afastado do cargo de prefeito por, supostamente, manter uma sala secreta na prefeitura e receber informações sigilosas de contraespionagem sobre operações da polícia.

Ao longo desse periodo, a Polícia Federal pode comprovar que não havia nenhuma sala secreta em meu gabinete, e que tampouco recebi qualquer informação secreta.

Impossível esquecer o apoio e a força que recebi desde o primeiro minuto. Foram milhares de mensagens de confiança vindas desde amigos queridos até de pessoas que nunca havia encontrado antes. A todos vocês, muito obrigado por acreditarem em mim, na minha palavra. Podemos não nos conhecer ainda, mas jamais esquecerei seu gesto.

Algumas poucas pessoas, com interesses políticos, me atacaram muito durante esses meses, a mim e à minha família. A eles, de coração, não desejo mal algum, pois, só podemos dar aquilo que temos dentro de nós. E eu não guardo o mal e nem rancor.

O que me importa, hoje, é poder dizer que a justiça foi feita, comigo e com Florianópolis. Porque isso tudo também machucou a nossa cidade. Mas o mundo gira, e a justiça sempre chega. Depois de uma tempestade sempre chega o sol.

Hoje a verdade foi restabelecida. Continuo acreditando, ainda mais, nas instituições, na Polícia Federal, Ministério Público, Poder Judiciário e, principalmente, na Justiça. E preciso registrar a competência e profissionalismo dos meus advogados Diogo Ptsica e Mauricio Natal Spilera, que fizeram uma grande defesa e sofreram comigo. Confesso que foram meses de muita dor, mas que me fizeram crescer mais como pessoa, como pai, filho, marido e como prefeito.

Quando fazemos as coisas certas, Deus está sempre do nosso lado. Vocês acreditaram em mim. E aqui está a prova, a decisão do Tribunal. Eu lhes devia isso. Já tirei quatro cópias dessa decisão, vou colocar num envelope e entregar a cada uma de minhas filhas. E pedir desculpas a elas, por terem que enfrentar tudo isso que aconteceu. Vou dizer a elas que hoje, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o mesmo que julga casos tão importantes como a Lava Jato, decidiu não aceitar a denúncia contra mim. O pai delas é inocente.

Gean Loureiro

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