Tempo “acalma” e equipes trabalham para amparar atingidos por chuvas

    Como pior saldo, as perdas humanas, houve duas mortes e um bombeiro segue desaparecido

    Bairro Guarda do Cubatão, em Palhoça, ficou completamente alagado
    Bairro Guarda do Cubatão, em Palhoça, ficou completamente alagado pela cheia do rio - Foto: PMP/Divulgação/CSC

    A chuva dos últimos seis dias deu uma trégua nesta quinta-feira (1º/12), dia em que parte do Estado de Santa Catarina registrou muitas enchentes. Em municípios da Grande Florianópolis a quantidade de chuva na quarta-feira (30) foi equivalente a três vezes a média mensal, isso após dias de chuva excessiva.

    Confira o cenário geral da Grande Florianópolis, uma das regiões mais atingidas.

    Impacto na Grande Florianópolis

    A quinta foi marcada por cenas de alagamentos, com a água enlameada alcançando diferentes alturas centenas de residências. Cidades como Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça e São João Batista tiveram muitos bairros alagados – isto é, milhares de pessoas afetadas; SJB foi classificado pela Defesa Civil estadual como totalmente isolado e afetado. Áreas mais baixas de São José também foram inundadas. Municípios com maior revelo na Grande Florianópolis, como São Pedro de Alcântara e Angelina, tiveram dezenas de deslizamentos. Na capital, ruas e avenidas de grande fluxo ficaram cobertas de água.

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    Até às 18h30 as rodovias estaduais na Grande Florianópolis tinham restrições, por causa de deslizamentos, como a SC-108 (km2 187 e 220), SC-281 em diversos pontos e a SC-405, no Rio Tavares, alagada. Já a BR-101 e a BR-282 eram as mais afetadas, no Morro dos Cavalos e no bairro Sul do Rio, em Santo Amaro, totalmente bloqueadas por deslizamento e enchente, respectivamente. Até às 22h não havia previsão de liberação ao trânsito nesses locais.

    Fatalidades

    Até à noite dessa quinta as chuvas deixaram dois mortos no estado, além de uma possível terceira vítima fatal. Um homem em Palhoça foi eletrocutado ao atravessar área alagada;
    um homem morreu soterrado em um deslizamento no quintal de casa em Brusque; e em Navegantes o cabo Teodoro, do CBM, sumiu quando a embarcação em que estava no Rio Itajaí virou após participar da retirada de um corpo da água (sem confirmação se relacionado com as chuvas). As forças de segurança empregaram diversos meios para tentar localizá-lo, mas a correnteza do rio prejudicou o trabalho e as buscas serão retomadas na manhã de sexta-feira (2).

    Trabalho de socorro e auxílio

    Mais uma vez nesse ano Santa Catarina foi castigada por fortes chuvas e diversas equipes do Estado e dos municípios foram mobilizadas, em diferentes frentes. Na parte da manhã o atual governador, Carlos Moisés, decretou situação de emergência, assim como 23 cidades até o momento. “O momento é de atenção e união de todos. Todas as estruturas do Estado permanecem em campo. A prioridade absoluta é proteger e garantir assistência humanitária aos catarinenses”, disse Moisés.

    As cidades de Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz precisaram deslocaram muitas pessoas para abrigos; esse segundo, muito afetado, não teve ainda levantamento de toda a população fora de casa. Assim como São João Batista, Santo Amaro é uma das ue mais precisa de ajuda por terem menor capacidade de resposta e estarem praticamente sem acesso rodoviário.

    Em São José, uma força-tarefa deflagrada pela prefeitura presta auxílio aos desabrigados pelas chuvas, com arrecadação de mantimentos no Centro de Atenção à Idade (Cati). A cidade registrou até 300 desalojados. Durante o dia a Secretaria de Infraestrutura trabalhou na recuperação de vias e a de Educação na limpeza de escolas, entre outros trabalhos. Nesta sexta as aulas seguem suspensas.

    Em Florianópolis, a Defesa Civil Municipal atuou em 34 deslizamentos de terra e realizou 9 interdições (casas ou propriedades) nas últimas 24 horas. Foram 81 pontos de alagamentos pela cidade. O município está com 26 desabrigados e mais de mil desalojados, segundo a prefeitura. Nesta sexta-feira as aulas estão mantidas na rede municipal de ensino até as 14h por conta do jogo do Brasil.

    Em Palhoça há quatro abrigos instalados no Frei Damião, Passa Vinte e Brejaru. Em todos os bairros, e onde a água baixou, o dia foi de limpeza das vias; na região sul a atenção é voltada para a retomada do abastecimento de água. A agenda de atividades culturais relativas ao Natal foi suspensa, assim com a programação de verão no fim de semana, o vestibular da Faculdade Municipal de Palhoça, a coleta de lixo e as aulas nesta sexta.

    Abastecimento de água e energia

    As equipes da Casan continuam trabalhando na recuperação da adutora de água tratada que foi deslocada em função das chuvas no rio Imaruí, entre São José e Palhoça. Segundo a companhia, a distribuição de água ocorre em sistema integrado para garantir o abastecimento na Grande Florianópolis. Os sistemas de esgotamento sanitário estão sendo monitorados e operam normalmente. A Casan ainda trabalha com equipes reforçadas devido a dificuldades de captação que podem prejudicar os municípios de Águas Mornas, Santo Amaro da Imperatriz, Angelina e Antônio Carlos.

    De acordo com a Celesc, às 17h desta quinta-feira, em todo o estado, cerca de 35 mil unidades consumidoras estavam com o fornecimento de energia interrompido, a maioria na Grande Florianópolis. Os municípios de Rancho Queimado, Santo Amaro, Águas Mornas e Angelina foram proporcionalmente mais afetados, próximo da totalidade das casas sem energia. Já a capital foi em números absolutos o lugar com mais casas sem energia elétrica.

    Como ajudar

    As prefeituras da Grande Florianópolis estão aceitando diversos tipos de ajuda. Em São José é possível ligar para a Guarda Municipal (153) para buscar em casa itens que as pessoas queiram doar a quem foi atingido pelas enchentes. A Prefeitura de Florianópolis está auxiliando no atendimento de itens básicos de higiene pessoal e material de limpeza através da Rede Somar (48 98441-0217). Em Santo Amaro da Imperatriz o contato emergencial da prefeitura é pelo número 48 98406-0811. A Alesc anunciou a doação de R$ 5 milhões de seu orçamento para auxiliar a defesa civil estadual.

    Caso necessário, o contato da Defesa Civil é 199 e dos Bombeiros Militares 193.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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