Servidor da Prefeitura de Florianópolis é preso por aceitar propina para não demolir obra

Própria adminstração revelou o caso, após informação vazar, e abriu processo para demissão

Um servidor efetivo da Floram foi preso na manhã de sexta-feira (15/9) durante uma operação da Polícia Civil que apura cobrança de propina para evitar demolição em obra irregular no Sul da Ilha. A informação foi divulgada somente neste sábado à tarde pela própria Prefeitura de Florianópolis. Mais cedo, o prefeito, Topázio Neto, havia feito um vídeo nas redes sociais a respeito (abaixo).

demolição em florianópolis
Segundo a apuração da investigação, servidor da Floram recebeu dinheiro para não dar seguimento à demolição [imagem ilustrativa] – Foto: PMF/Divulgação/CSC
Segundo a comunicação da prefeitura, a administração municipal teve acesso aos autos na noite de sexta, com a investigação indicando que o servidor procurou um construtor que estava com obras irregulares no Ribeirão da Ilha. Esse construtor, afirma a prefeitura, já tem um histórico de obras irregulares na cidade, inclusive com multas e decisões de demolição.

Falta de notificação

O comunicado da prefeitura também afirma que há um vídeo gravado há cerca de um ano mostrando o pagamento de propina a esse servidor, mas que é “estranho” o fato desse vídeo nunca ter chegado ao conhecimento do alto escalão para medidas cabíveis. Segundo Topázio, ele teria logo feito o que está fazendo agora, demitir o servidor, se tivesse ficado sabendo.

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A prefeitura afirma que em dezembro de 2022 ocorreu uma primeira operação policial nesse sentido, que investigava uma suposta rede de construtores irregulares, e na ocasião o município procurou a delegacia para buscar mais informações e colaborar, mas não recebeu informação sobre servidor praticando irregularidade.

A administração de Topázio também lembrou que foi firmado um convênio do município com a Polícia Civil para criar um núcleo anticorrupção dentro da estrutura municipal – e o caso não era tratado nesse núcleo.

Informação vazada

Há outro fato mal explicado na divulgação desse caso. Uma equipe de reportagem do Fantástico cegou à Florianópolis um dia antes da operação (na quinta-feira) para, após a prisão, pedir explicações ao prefeito e tentar dar o furo de informação somente no domingo à noite, quando o programa será exibido.

É necessário relembrar que a maioria das prisões feitas pela Polícia Civil é divulgada pela assessoria de imprensa na própria data da operação, ainda mais se tratando de caso de corrupção em prefeitura, mas, dessa vez, por alguma decisão da PCSC, a informação foi omitida da imprensa, e, portanto, da população.

Não é a primeira vez que a Polícia Civil procede dessa maneira para beneficiar a emissora nacional. No caso da prisão de nazistas em outubro de 22 a PCSC também só divulgou informações para a imprensa catarinense após matéria do Fantástico.

Confira manifestação do prefeito

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