Seis jovens que se reuniam para planejar assassinatos foram presos pela Polícia Civil de Santa Catarina na quinta-feira (20/10). Os homens se consideram nazistas, usando os símbolos associados ao regime genocida alemão.
Eles trabalhavam na montagem de uma arma para cometer homicídios e, por isso, a operação foi batizada de “Gun Project”. Até esta segunda-feira (24/10), quando a Polícia Civil deu mais detalhes sobre a ação, os homens continuavam presos.
A investigação para anular a célula neonazista em Santa Catarina iniciou em abril de 22, quando um homem de 24 anos foi preso em São Miguel do Oeste por tráfico de drogas. Na casa dele os policiais encontram material neonazista, como bandeiras, broches, livros e um revólver.
A partir desse flagrante a Polícia Civil iniciou uma investigação que se debruçou principalmente sobre fóruns virtuais para identificar mais neonazistas no estado. O trabalho culminou na prisão de mais seis membros na quinta, que conversavam sobre “matar mendigos”.
Eles se encontravam em um sítio (sem local revelado) para testar pequenos explosivos. Nas conversas por aplicativo eles citam a possibilidade de atentado a bomba. Segundo a Polícia Civil, nos encontros no interior, além de produção de propaganda para fins de divulgação do nazismo, realizavam rituais de culto à doutrina Hitlerista, nos quais os criminosos se autointitulavam “a nova SS de Santa Catarina”.
Os homens foram presos em São José, Florianópolis, São Miguel do Oeste e Joinville (3). Eles têm entre 20 e 27 anos e a maioria estudava na UFSC: em Letras, Engenharia Automotiva, Engenharia de Aquicultura e Direito; o quinto integrante, de 27 anos, trabalhava como auxiliar de escritório de comércio exterior. A UFSC emitiu nota na manhã dessa segunda, após revelação pela imprensa das prisões dos estudantes, ressaltando que há a possibilidade de expulsão.
Houve também buscas em uma casa em Maravilha. Em todos os locais foram apreendidos objetos de cunho nazista e extremista.
Planevajam mortes
Em conversas pelo celular os neonazistas falam que iriam matar pessoas em situação de rua, como “mendigos nordestinos”, sem revelação de qual cidade seriam os homicídios, além de muitos comentários antissemitas.
Na casa de um deles foi encontrada uma impressora 3D que era usada para fabricar uma arma de fogo, a partir de um modelo de impressão que é divulgado na internet por militantes pró-armas. Os jovens dessa célula nazista em SC procuravam por munição 9mm para poder disparar com a arma de fogo que montavam.
A Polícia Civil de Santa Catarina, através da Divisão de Investigação Criminal, continua investigando outros grupos neonazistas no estado. Participaram dessa operação mais de 50 agentes.