A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE) emitiu, nesta sexta-feira (25/10), um alerta sobre o aumento de casos de coqueluche no estado. Em 2024, já confirmaram 106 casos, o que representa uma elevação significativa em relação aos apenas dois registros do ano passado. Além disso, a faixa etária mais afetada é a de crianças com menos de um ano, somando 38 confirmações.
Os casos se concentram nas regiões da Foz do Rio Itajaí (29), Médio Vale (20) e Grande Florianópolis (21). De acordo com João Augusto Brancher Fuck, diretor da Vigilância Epidemiológica Estadual, o aumento acompanha uma tendência mundial. Em julho, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) já emitiu um alerta sobre o tema.
“A coqueluche é uma doença sazonal e apresenta um aumento cíclico de casos. Essa situação pode ser impulsionada pela baixa cobertura vacinal, melhorias no diagnóstico e fatores sazonais”, explica Fuck. Vale ressaltar que a cobertura vacinal da pentavalente, que protege contra a coqueluche, chegou a 88,87% até outubro de 2024. Comparativamente, no ano anterior, a taxa foi de 91,47%, enquanto a meta anual é de 95%.
Sinais e sintomas
A coqueluche, como sabemos, resulta da infecção das vias respiratórias pela bactéria Bordetella pertussis. Essa doença se espalha facilmente, pois o contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas liberadas ao tossir, espirrar ou mesmo ao falar.
No primeiro estágio, os sintomas se assemelham aos de um resfriado e incluem:
- Mal-estar geral
- Corrimento nasal
- Tosse seca
- Febre baixa
Contudo, à medida que a doença avança, a tosse seca piora e novos sinais podem aparecer, como:
- Tosse que passa de leve e seca para severa e descontrolada
- Tosse que pode ser tão intensa que compromete a respiração
- Crises de tosse que podem provocar vômito ou cansaço extremo
Os sinais e sintomas da coqueluche podem durar entre seis a dez semanas, podendo se estender dependendo do quadro clínico. Portanto, na suspeita da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde mais próximo.
Para proteger os bebês, a vacina dTpa oferece uma solução às gestantes desde 2014. Essa vacina visa passar anticorpos para proteger o bebê até que ele complete o esquema vacinal. “Precisamos avançar na vacinação de todos os grupos indicados, especialmente em um cenário global de aumento de casos. A vacinação continua sendo a melhor estratégia para combater a doença”, alerta Fuck.
Veja o esquema vacinal:
Vacina pentavalente: Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B
Público alvo
Crianças: 1ª dose (2 meses) – 2ª dose (4 meses) – 3ª dose (6 meses)
Vacina DTP: Previne a difteria, o tétano e a coqueluche (ou pertussis) – Reforço(15 meses) – Reforço (4 anos)
Vacina dTpa: Previne a difteria, o tétano e a coqueluche (ou pertussis)
Público alvo
- Gestantes (Gestantes em cada nova gravidez)
- Puérperas (até 45 dias)
- Profissionais de saúde (A cada 10 anos)