SC não alcança meta de vacinação contra pólio

    Nenhum estado conseguiu o mínimo de 95%; em SC faltaram 87 mil

    criança com os fechados e boca aberta pra cima coloca a língua pra fora ao receber gotas de vacina seguradas por mãos usando luvas; uma mulher segura a criança
    Erasmo Salomão/MS/Divulgação/CSC

    A campanha de vacinação contra paralisia infantil – para imunizar crianças contra a poliomielite – não teve o resultado necessário em nenhum estado da federação, de acordo com dados do SUS desta sexta-feira (30/9). Era necessário que, em todo o país, 11,5 milhões de crianças fossem vacinadas, número que chegou somente a 6,88 milhões (cerca de 59,5%).

    Mesmo com diversas prorrogações da campanha, iniciada em março, a adesão ao programa de saúde no país foi insuficiente. O estado mais avançado foi a Paraíba, com 92%.

    Em Santa Catarina o índice chegou a 77,8% – faltou contemplar cerca de 87 mil crianças entre 1 e 5 anos. Atualização dos dados ainda pode elevar um pouco a quantidade de pessoas vacinadas, porém ainda longe da meta para proteção segura do público infantil até 5 anos.

    Cidades que alcançaram

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    A quantidade geral no estado, porém, é diferente para os recortes municipais. Foram 174 cidades que conseguiram de fato trazer no mínimo 95% das crianças residentes. Algumas chegaram a coberturas muito acima de 100%, isso porque a estimativa do público-alvo estava subdimensionada.

    Uma das cidades que atingiu a meta foi São José. Nesta sexta-feira (30/9), último dia da campanha, a prefeitura comemorou ter batido a meta, com 95,6% das crianças imunizadas. “São José hoje ultrapassou a meta imposta pelo Ministério da Saúde e isso é graças ao trabalho e empenho de cada um dos profissionais da Saúde e Educação, que em conjunto desenvolveram um trabalho incansável para alcançar o objetivo”, afirmou o prefeito, Orvino Coelho de Ávila.

    Além de São José, apenas as pequenas cidades da Grande Florianópolis conseguiram bater a meta, como São Pedro de Alcântara, Paulo Lopes, Antônio Carlos e Santo Amaro da Imperatriz.

    As grandes cidades não alcançaram a meta. Florianópolis, Biguaçu e Palhoça tiveram coberturas de 67%, 77% e 53%, respectivamente. Palhoça foi a sexta cidade com pior cobertura contra pólio em todo o estado, conforme o Ministério da Saúde. Governador Celso Ramos, mesmo sendo uma cidade pequena, também não bateu a meta (72%).

    As cidades onde a população menos aderiu à campanha de imunização contra a paralisia infantil em Santa Catarina foram:

    São Francisco Do Sul (61,16%), Joinville (60,55%), Bom Jardim Da Serra (59,92%), Blumenau (56,49%), Palhoça (53,22%), Itajaí (53,12%), Águas De Chapecó (49,85%), Jaraguá Do Sul (48,61%), Lages (48,42%) e São Joaquim (29,45%).

    Os números podem ser ainda ligeiramente maiores com atualizações de dados na semana que vem.

    Não acabou totalmente

    Em muitas cidades, apesar do fim oficial da campanha nacional de imunização contra a poliomielite, os postos de saúde ainda oferecem as vacinas em estoque, basta o responsável pela criança se informar sobre onde encontrar o imunizante gratuito mais próximo de casa. Por causa da baixa adesão em todo o país, alguns estados e cidades já anunciaram por conta própria a continuidade da campanha. É possível que o Ministério da Saúde prorrogue mais uma vez a campanha nacional, de forma a tentar romper a descrença contra imunizantes.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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