Santa Catarina não consegue reverter a saturação dos hospitais públicos, nem mesmo depois de três finais de semana de lockdown parcial e algumas restrições durante a semana. Pelo contrário: há cada vez mais gente precisando de atendimento médico intensivo, porém sem a possibilidade. Novas marcas negativas foram quebradas nessa terça, tanto da fila de espera por UTI, quanto do número de mortes por Covid registradas em um boletim.
A fila de espera por um leito de UTI no final da tarde dessa terça-feira (16/3) está em 442 pacientes: 21 em Blumenau, 24 em Itajaí, 30 em Joaçaba, 38 em Lages, 67 em Criciúma, 74 em Joinville, 87 na Grande Florianópolis e 101 em Chapecó.
Ainda no boletim dessa terça o estado contabilizou mais 167 mortes pela Covid-19, chegando a 8.958 fatalidades pela doença em Santa Catarina. Houve um aumento de 7.547 casos confirmados, passando a 35,1 mil casos infectantes de coronavírus. Diante de 740.586 casos confirmados até agora, a taxa de letalidade da doença em SC é de 1,21%, a menor entre todos os estados, porém que vem avançando. Durante todo o ano de 2020 a letalidade atingia cerca de 1% dos afetados, agora, em 2021, a proporção de mortes é 20% maior, reflexo também dos hospitais saturados.
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Política estadual não acompanha curva de contágio
Enquanto isso, o governo briga com o Ministério Público na Justiça Estadual para não ter que decidir sobre mais restrições e um possível lockdown de 14 dias, como não querem entidades e associações de comércio e serviços, setores desamparados e que seriam mais afetados, além dos autônomos.
Com curva de contágio em crescimento, muito longe de ser achatada, os hospitais vão se aproximando do colpaso em Santa Catarina. O governo afirma que tem aberto leitos de UTI, porém insuficientes para sobrepor a curva de casos, ainda mais diante de variantes de preocupação infectando cada vez mais pessoas.
Com a transferência de responsabilidade do governador, Carlos Moisés, aos prefeitos, alguns já adotaram regras mais rígidas do que as estaduais, para localmente tentar achatar a curva e reduzir a demanda hospitalar – como é o caso da Grande Florianópolis.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br