Santa Catarina luta contra cota de tainha e defende pescadores artesanais

    Foto: Ricardo Wolffenbüttel/ Arquivo/ SECOM/Divulgação

    A Secretaria de Aquicultura e Pesca de Santa Catarina trabalha ativamente para reverter a proposta do Governo Federal, que pretende estabelecer uma cota de 800 toneladas para a captura de tainha. Caso a medida entre em vigor na safra de 2025, ela prejudicaria diretamente os pescadores artesanais de praia e, além disso, afetaria uma prática tradicional, considerada patrimônio histórico e cultural do estado.

    Consequentemente, a proposta causaria prejuízos financeiros significativos e, ao mesmo tempo, comprometeria uma atividade essencial para a economia e a cultura catarinense. Não apenas os pescadores de Santa Catarina seriam afetados, mas pescadores do Rio Grande do Sul também enfrentariam impactos, após as severas enchentes que atingiram a região recentemente.

    “Não vamos aceitar a cota de 800 toneladas. Isso nunca aconteceu antes. O prejuízo seria imenso para centenas de famílias. Querem acabar com nossa tradição”, afirmou o governador de SC. Portanto, ele pediu ao secretário Tiago Frigo que lute contra a medida junto ao Governo Federal em Brasília.

    Reunião contra a cota de tainha
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    Na terça-feira, 4 de fevereiro, autoridades catarinenses e representantes de entidades pesqueiras das regiões Sul e Sudeste se reuniram. Durante o encontro, a proposta gerou uma forte reação negativa, o que demonstrou a resistência do setor pesqueiro. O secretário Tiago Frigo, por sua vez, destacou a importância da pesca de tainha, que vai muito além do aspecto econômico, sendo fundamental para a cultura catarinense.

    Além disso, Frigo afirmou: “Não podemos aceitar uma restrição tão grande. Isso prejudica o sustento de centenas de famílias. O Governo Federal quer acabar com o pequeno pescador. O Ministério da Pesca deveria proteger, não prejudicar.” Diante disso, a mobilização dos pescadores e autoridades foi decisiva, gerando forte pressão sobre o governo.

    Em consequência dessa pressão, o Governo Federal decidiu suspender uma reunião prevista para quarta-feira, 5 de fevereiro, a fim de reavaliar a proposta internamente. Agora, espera-se que o diálogo avance de maneira construtiva, com a possibilidade de ajustar a portaria para garantir a continuidade sustentável da pesca artesanal de tainha e, dessa forma, preservar o meio de vida de milhares de pescadores.

     

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