O artista Rodrigo de Haro faleceu na manhã de quinta-feira (1/7), aos 82 anos, em sua casa na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Ele tinha problemas cardíacos e renais. Seu corpo será velado nesta sexta-feira (2), no Itacorubi, em cerimônia restrita aos familiares e amigos.
Membro da Academia Catarinense de Letras, o poeta teve passagem por diversas artes, sendo ainda pintor, contista, muralista e mosaicista. Na literatura, Rodrigo de Haro teve sua poesia associada ao surrealismo, tendo publicado livros como Ofícios Secretos (2011) e Pedra Elegíaca (1971). Entre seus trabalhos estão ainda o mural de mosaicos da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e obras na Igreja de Santa Catarina de Alexandria e na escola municipal Doutor Paulo Fontes, em Santo Antônio de Lisboa. Também fez os vitrais do Theatro Adolpho Mello, em São José.
Em sua trajetória, passou por movimentos artísticos como o Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis (GAPF) e o Grupo Sul, que na década de 50 trouxe o modernismo a Santa Catarina. Rodrigo de Haro também foi professor de pintura em oficinas do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) e teve sua arte exposta em diversas cidades brasileiras e no exterior.
Nascido no ano de 1939 em Paris, na França, ele era filho do pintor clássico Martinho de Haro, catarinense de São Joaquim. Criado em Florianópolis, Rodrigo de Haro era arquiteto e urbanista pela UFSC, com formação acadêmica também pela Universidad del País Vasco, na Espanha, e pós-doutorado em arte pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Manifestações
Figuras e instituições manifestaram pesar pelo falecimento de Rodrigo de Haro.
O governador Carlos Moisés publicou no Twitter que “A perda do grande artista Rodrigo de Haro é imensurável. Seu legado de uma vida dedicada às artes permanecerá em nossas memórias. Que Deus conforte os corações dos familiares e amigos.”
O reitor da UFSC, Ubaldo Cesar Balthazar, lembrou que o artista trabalhava na finalização do mosaico do prédio da reitoria. “Nosso mosaicista maior, ele foi um ícone da cultura catarinense. Um intelectual, poeta, artista de peso. Sua ausência será muito sentida na cultura de Santa Catarina. Um alento é agora estarmos dando continuidade à obra, finalizando este que é nosso símbolo, um dos principais mosaicos do nosso continente, realizando um sonho do Rodrigo de Haro. Ele era um ícone, mesmo, uma figura ímpar, sempre falava de seus projetos, para além do término do mosaico, ideias que agora se foram com ele”.
A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) lamentou “profundamente” a perda de Haro e relembrou a exposição em homenagem aos 80 anos do artista, em 2019, no MASC, que “celebrou a carreira de Rodrigo de Haro, uma trajetória dedicada às artes visuais, literatura, teatro, música e cinema, compondo uma personalidade única, forte e instigante”.