A prefeitura de Florianópolis reuniu nesta quinta-feira (3/3) moradores, frequentadores e comerciantes da Av. Hercílio Luz, no Centro, para decidir sobre regras de uso e convívio no local.
A polêmica sobre a ocupação do espaço público se intensificou no Carnaval por conta de repressão policial para dispersas a multidão de jovens que estavam no meio do canteiro central.
Sem blocos públicos de Carnaval, milhares se reuniram no local para fazer festa, mas a Polícia Militar em certo momento passou fechando os bares para que o público se dispersasse. A corporação chegou a divulgar que não havia autorização para que bares colocassem mesas e cadeiras no calçadão, o que foi negado pelo prefeito, afirmando que não tinha impedido.
Na ocasião de sexta-feira (25), quando os estabelecimentos, mesmo com alvarás, foram fechados, houve discussão entre os representantes dos bares com a PM. Em outros momentos do ano passado quando centenas também se reuniam na Hercílio Luz e nas ruas do centro leste, houve repressão policial com uso de violência (spray de pimenta e cacetetes).
Com o desencontro de informações e o fim do carnaval de 22 a prefeitura reuniu os envolvidos e interessados na Av. Hercílio Luz, além da polícia, para definir o que é permitido ou não.
De acordo com o prefeito, Gean Loureiro, há um acordo agora que permite a colocação de mesas, mas que os frequentadores não podem utilizar equipamentos sonoros no local.
“Um edital público vai ser lançado para que empresas possam ceder o mobiliário padronizado em troca de publicidade nessas mesas e cadeiras. Ninguém poderá cobrar para utilizar esses espaços, independente de consumo ou não. Frequentadores terão mais conforto, vão seguir dando vida à Avenida, mas não poderão usar fontes sonoras para não atrapalhar os moradores do entorno”.
O edital de padronização das instalações de mesas e cadeiras será lançado na próxima semana. A empresa que vencer ficará responsável por cuidar de todo o entorno da avenida. Enquanto isso, os bares da via podem solicitar à prefeitura a utilização do canteiro central para colocação das mesas e cadeiras, mas não podem cobrar consumação mínima de quem queira sentar ou usar, já que está em espaço público.
Dois lados
A questão tem dois lados: o dos moradores da avenida, que querem limpeza e sossego à noite, e o dos frequentadores do rolê, que querem um local que possam sair e se divertir de forma acessível, tanto em termos de localização na cidade, quanto em despesa de consumo; a avenida em questão geralmente atende essas expectativas. Agora o tempo dirá se o convívio dará certo.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br