Nesta terça-feira (4/12), a Divisão de Defraudações da Polícia Civil deflagrou operação que culminou na prisão em flagrante delito de oito pessoas pela prática dos crimes de uso de documento falso, estelionato e associação criminosa, na modalidade chamada de “golpe do cartão quebrado” ou “golpe do motoboy”. O grupo era investigado há cerca de um mês.
No local da prisão, em São José, funcionava a central do grupo criminoso, de onde partiam as ligações e eram reunidos os cartões bancários obtidos ilicitamente. Foram apreendidos diversos documentos, cartões bancários, dinheiro em espécie, cadernos de anotação, aparelhos celular e equipamentos eletrônicos
Dos oito conduzidos, 4 são homens e 4 são mulheres, a maioria nascida na região da Grande Florianópolis.
A ação contou com apoio e compartilhamento de informações com a 3ª DP (Capoeiras), 4ª DP (Coqueiros), 5ª DP (Trindade) da Capital, Central de Investigação do Continente (Cicon) e Divisão de Investigações Criminais – DIC de Palhoça.
Na última quarta-feira (28/11) outro grupo criminoso já havia sido preso a Divisão de Defraudações pela mesma prática, ocasião em que dois homens, oriundos do Estado de São Paulo, foram presos em flagrante delito pela prática de falsificação de documento e estelionato. Ambos continuam presos pela conversão do flagrante em prisão preventiva.
Segundo a Polícia Civil, ainda não é possível mensurar os valores obtidos ilicitamente nem o número de vítimas. Até o momento foram presas 10 pessoas pela prática desses crimes.
Como funciona o golpe do motoboy
Um dos integrantes do grupo criminoso, identificando-se como funcionário da Central de Segurança do Banco, entra em contato telefônico com a vítima perguntando se ela reconhece uma compra por cartão de crédito fictícia. Ao responder que não, o atendente afirma que o cartão de crédito dela foi clonado, sendo necessário ligar para o número telefônico no verso do cartão para os demais procedimentos de segurança.
Os criminosos mantém a linha “presa” e após a vítima digitar o número de atendimento do banco, outro comparsa entra em cena. A vítima acredita então ter ligado para o seu Banco. O novo comparsa confirma alguns dados pessoais e diz que para proceder o cancelamento é necessário que a vítima digite no teclado numérico a senha utilizada nos terminais de autoatendimento (geralmente de 6 dígitos), que é captada pelos criminosos com equipamento específico. Por fim, falam para a vítima quebrar o cartão no meio e que um motoboy irá buscá-lo. De posse do cartão e senhas da vítima, praticam as mais variadas fraudes.
A Polícia Civil orienta que, para evitar o golpe do motoboy, é não fornecer a senha utilizada nos terminais de autoatendimento (geralmente de 6 dígitos). Nos contatos telefônicos, os Bancos exigem outra senha específica para esse fim. Também não entregar o cartão bancário para terceiros. Os bancos não prestam esse tipo de serviço.