Após três meses e meio de barateamento, o preço dos combustíveis voltou a ter alta no Brasil. Em Florianópolis, de 9 a 15 de outubro, os preços subiram em média 1,25% para a gasolina comum e 2,5% para o etanol, além de altas em GLP, diesel e gás veicular. Os números foram conferidos pela Agência Nacional de Petróleo em relatório semanal.
O levantamento indica que o consumidor florianopolitano pagou em média R$ 4,84 por litro de gasolina comum no período, média igual à brasileira, enquanto na semana anterior estava em R$ 4,78/L. Já o etanol ficou em média R$4,53 nas bombas, o valor mais caro entre todas as capitais, e o diesel em R$ 6,86 por litro.
Segundo o governo federal a alta em todo o país ocorre por causa de reajuste de 2% na refinaria de Mataripe, na Bahia, a maior do setor privado, puxando os preços para cima, além de encarecimento no barril de petróleo para U$ 90. A gasolina no Brasil tem o preço atrelado ao dólar, mas a Petrobras, no entanto, não anuncia mudanças nos preços nas refinarias há mais de 1 mês, quando houve redução de 7%.
Segundo cálculo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o valor médio da gasolina nas refinarias do país está defasado em R$ 0,30 por litro, ou 8%, conforme as últimas variações do mercado internacional. O cenário pode indicar uma alta maior em breve nas bombas.
Nas redes sociais, parlamentares de oposição alertam que o governo vem pressionando a direção da Petrobras para segurar os preços em meio ao processo eleitoral até a votação de segundo turno, em 30 de outubro. Em resposta, o presidente, Jair Bolsonaro, tem feito publicações sustentando que a desoneração possibilitou a manutenção dos preços no patamar atual e permitiu consequentemente deflação nas últimas 15 semanas, barateando os alimentos.
Cenário muito diferente na região
O preço da gasolina na ilha de SC é totalmente discrepante das médias praticadas em postos mais afastados do núcleo urbano da Grande Florianópolis. Postos de combustíveis acima de um raio de 20 km da Via Expressa, por exemplo, já apresentam preço da gasolina em até R$ 0,30 por litro mais barato, caso de estabelecimentos no Sul de Palhoça, na BR-282 em Santo Amaro da Imperatriz ou na BR-101 em Biguaçu. A prática de um preço muito mais caro em São José e na capital, principalmente, é enraizada há muitos anos e fruto de uma tabela de distribuição mais cara para os postos de combustíveis nessas cidades.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br
