Os preços de aluguéis em Florianópolis e São José atingem encarecimentos acima do dobro da média brasileira. De acordo com o índice Fipezap, enquanto em 25 cidades em todo o país o patamar geral de inflação imobiliária é de 17%, São José teve alta de +40,80% em 12 meses e Florianópolis +37,68%, maiores índices registrados pelo levantamento até abril.

A tendência de alta na Grande Florianópolis ocorre já há alguns meses de forma descontrolada e impulsionada pelo mercado de locação, que busca aumentar os preços além do que os imóveis realmente valem.

Com isso, Florianópolis está com valor médio de aluguel em R$ 45,77 por m². Os bairros mais caros são:

Centro R$ 49,4 /m²
Saco dos Limões R$ 47,3 /m²
Córrego Grande R$ 46,3 /m²
Trindade R$ 45,5 /m²
Agronômica R$ 45,4 /m²
Itacorubi R$ 45,2 /m²
Estreito R$ 38,1 /m²
Ingleses do Rio Vermelho R$ 37,4 /m²
Coqueiros R$ 35,0 /m²
Capoeiras R$ 32,5 /m
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A média é calculada com base em 2,4 mil anúncios na plataforma. Segundo o levantamento a subida vertiginosa dos preços de aluguéis em Florianópolis iniciou em maio de 2021 e não parou de apresentar encarecimento muito acima da média de habitação nas demais cidades pesquisadas.

Somente a vizinha São José tem apresentado tendência similar de majorações dos preços. Até abril desse ano a média de aluguel na cidade era de R$ 35,09/m², ainda abaixo da média nacional (R$38,98/m²), porém com encarecimento constante.

Na prática a chamada “valorização” resulta em preços abusivos para imóveis que não valem o que se pede de aluguel em São José e Florianópolis. Casas e apartamentos simples, com diversos problemas estruturais, que passam a ter preço de aluguel incompatível com suas condições e características.

Os valores de aluguéis não são motivo de fiscalização por parte de órgãos de defesa do consumidor, que se limitam a verificar preços de gasolina, supermercado, entre outros insumos menores, apesar da habitação ser dos fatores de maior influência na inflação local.

Os fatores que impulsionam esses aumentos de preços podem ser atribuídos ao crescimento populacional, a oferta limitada de moradias e o aumento da demanda por imóveis para locação. À medida que mais pessoas buscam moradias acessíveis em locais desejáveis, a concorrência por propriedades disponíveis se intensifica, levando a preços de aluguel mais altos.

Porém, além dos fatores básicos de mercado, ocorre o estímulo para elevar a renda. Há proprietários que buscam equiparar o valor de um aluguel à média do bairro, elevando os preços – de forma injustificada – por considerarem que podem ganhar a mais, além de não cumprirem com manutenções básicas e anualmente pedirem majorações. Por outro lado há também rentistas que cobram valores mais justos e procuram atender as demandas dos inquilinos.

O aumento nos preços dos aluguéis não se limita apenas a essas duas cidades. Goiânia (+33,84%), Campinas (+29,77%) e Curitiba também têm experimentado aumentos expressivos nos custos de aluguel, indicando uma tendência mais ampla de aumento dos gastos com moradia em várias regiões do Brasil.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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