A Polícia Militar terminou na segunda-feira (12/4) a Operação Quaresma para prevenção e repressão da prática da farra do boi. Os atos costumam violar uma das leis de proteção aos animais, ao promover abuso, maus-tratos, ferimentos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. O crime pode dar cadeia de três meses a um ano, além de multa.
Em Santa Catarina foram geradas nesse ano seis ocorrências de maus tratos contra animais em ocorrências de farra do boi. Em 2020, no mesmo período, o número de ocorrências geradas era de 40 – uma queda de 85%, mostrando que esse tipo de cultura cruel vem sendo deixada de lado.
A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) realizou desde o dia 22 de fevereiro a operação, que visa o combate aos crimes de maus tratos animais de qualquer natureza e sua exploração.
Para o comandante-geral da PMSC, coronel Dionei Tonet, a operação teve sucesso devido a diversos fatores. “Em primeiro lugar foi graças ao trabalho que a PMSC vem realizando durante anos, com inteligência, identificando focos de organização e evitando com antecedência a realização de qualquer evento de maus tratos aos animais”, afirmou.
Já para o sub-comandante-geral, coronel Marcelo Pontes, a expedição de multa (R$ 1 mil a R$ 10 mil) para os praticantes e organizadores identificados, além da conscientização de crianças e adolescentes, que levam para suas famílias uma mudança cultural na forma de comemorar o período religioso da quaresma, sem maltratar animais, também ajudaram. A pandemia da Covid-19 também diminuiu a intenção de maiores aglomerações em algumas regiões, avaliam os chefes da PM.
A área de abrangência da Operação Quaresma inclui os municípios principalmente do litoral catarinense, especialmente aqueles de cultura açoriana, região originária da farra do boi. Ações foram em conjunto com outros órgãos de fiscalização sanitária estaduais e municipais. Recentemente, a Polícia Civil também indiciou na justiça uma quadrilha que criava animais exclusivamente para a farra do boi.