A Polícia Federal deflagrou na manhã dessa segunda-feira (31/8), a megaoperação Caixa Forte 2 para desarticular financeiramente a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que tem atuação em todo o território nacional. Há mandados de busca em 19 estados, no Distrito Federal e no Chile. Em SC, a PF fez busca em Florianópolis.
A operação tomou como base dados obtidos na Operação Caixa Forte 1 sobre o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro. A primeira fase da investigação identificou os responsáveis pelo chamado “Setor do Progresso” da facção, que se dedica à lavagem de dinheiro proveniente do tráfico. Os dados revelaram que os valores auferidos com o comércio de drogas ilícitas são canalizados para inúmeras contas bancárias do PCC, inclusive para as contas do “Setor da Ajuda”, aquele responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios.
Segundo a PF, foram identificados 210 integrantes do alto escalão do PCC, já encarcerados em presídios federais, que recebiam valores mensais por terem ocupado cargos de relevo na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, execuções de servidores públicos.
Para garantir o recebimento do “auxílio”, os integrantes do grupo indicavam contas de terceiros não pertencentes à facção para que os valores, oriundos de atividades criminosas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal. A atuação da Polícia Federal visa desarticular a organização criminosa por meio de sua descapitalização.
A ação de hoje envolve cerca de 1.100 policiais federais, que cumprem 623 ordens judiciais, sendo 422 mandados de prisão preventiva e 201 mandados de busca e apreensão, em 19 estados e no Distrito Federal; além do bloqueio judicial de até R$ 252 milhões. Todos os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte.