A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (12) a operação “Deu Zebra”, contra lavagem de dinheiro relacionada ao jogo do bicho na Grande Florianópolis. Segundo a corporação foram bloqueados R$ 20 milhões em bens do patrimônio do grupo controlador do jogo de azar, que seriam objetos de lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, além do sequestro e indisponibilidade de 18 imóveis e 19 veículos.
A investigação da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro apontou que integrantes do grupo responsável pela exploração das bancas de jogos de azar têm histórico policial de décadas relacionado ao jogo do bicho. Segundo a PC, o lucro era investido na aquisição de bens de luxo em nome de laranjas.
Para a Polícia Civil a operação tem objetivo de “sufocar financeiramente a atividade delituosa, com a apreensão e indisponibilidade de ativos”. Os bens foram identificados a partir da análise de dados e pesquisas em diversas bases, além de documentos e demais materiais apreendidos em central de jogo identificada pela Polícia Civil.
A investigação começou em 2021 a partir da apreensão de quantidade significativa de valores em espécie que estava na posse do homem apontado como chefe da operação do jogo em uma central localizada no bairro Capoeiras, em Florianópolis.
Durante as buscas os policiais localizaram dispositivos eletrônicos para mineração de criptomoedas, que, segundo a polícia, foram também comprados com o dinheiro do jogo do bicho.
Regularização
O jogo do bicho é ilegal no Brasil, porém não é considerado crime, apenas contravenção. A irregularidade está na lavagem de dinheiro, que o motivo da operação policial. Em fevereiro a Câmara dos Deputados aprovou a legalização do jogo, de modo a pagar impostos e deixar a irregularidade. O projeto ainda está em tramitação no Senado.