Operações investigam compras fraudulentas envolvendo policiais militares de SC

    Operações Irmãos em Armas e Gênesis miram compras de softwares em SC envolvendo militares

    Polícia Civil abre duas operações contra fraudes em licitações envolvendo militares de SC
    Polícia Civil abre duas operações contra fraudes em licitações envolvendo militares de SC - Foto: PC/Divulgação/CSC

    A Polícia Civil deflagrou duas operações nesta sexta-feira (30/6) a respeito de fraudes em licitações do governo estadual envolvendo policiais militares.

    São as operações “Irmãos em Armas” e “Gênesis”, para investigar crimes envolvendo licitações de compra de softwares para o porto de São Francisco e para registro de ocorrências na Polícia Militar de Santa Catarina.

    No primeiro inquérito, apura-se irregularidades nas contratações diretas realizadas pela Secretaria de Estado da Administração (SEA) e pelo Porto de São Francisco do Sul durante o governo de Carlos Moisés, relacionadas a um software de uma empresa de Florianópolis, a Ceon Tecnologia, empresa que pertence a Izaias Otacílio da Rosa, tenente coronel da PM.

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    A segunda investigação surgiu a partir de provas compartilhadas pela Polícia Civil de Rondônia, revelando supostas irregularidades em uma licitação para aquisição de software e acessórios para um sistema utilizado pela PMSC.

    Ambas as investigações envolvem crimes como associação criminosa, corrupção e fraude em licitação. A Polícia Civil contou com o apoio de diversas instituições durante os trabalhos.

    Segundo a PC, a SEA comprou um software para a gestão do porto da cidade do norte do estado sem licitação, quando havia disponibilidade mais barata no mercado. A compra teria causado um prejuízo de R$ 1,5 milhão ao cofre estadual e envolveria policiais militares na negociação.

    Agentes da PC em empresa de software contratada para o porto
    Agentes da PC em empresa de software contratada para o porto de São Francisco do Sul – Foto: PC/Divulgação/CSC

    Já a compra de software para execução do “PM Mobile” foi direcionadas com a inclusão de cláusulas restritivas, exigência de atestados de qualificação expedido pela própria Polícia Militar e prazos exíguos para desenvolver o produto, o que afastou a participação de outras empresas de tecnologia nos certames desde 2011.

    Na investigação sobre as supostas fraudes, a PC identificou que políticos tentaram vender o software para outras polícias, como a de Rondônia, havendo propina envolvida.

    A investigação foi separada pelo poder judiciário pelo fato de os crimes terem sido praticados pelos militares na ativa, em desfavor da instituição e por estarem em posto de mando na PMSC, com mandados cumpridos pela Justiça Militar contra os agentes.

    Foram 9 mandados de busca e apreensão de documentos e mídias, cumpridos em Florianópolis, São José, Palhoça e Canoas/RS pela Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro e Laboratório Lavagem de Dinheiro, da Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção.

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