A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/DEIC), deflagrou nesta segunda-feira, 20 de agosto, a Operação Maestro, visando apurar crimes contra a administração pública. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, além de sequestro de valores e outras medidas cautelares em diversos municípios, incluindo Garopaba, Imbituba, Laguna, Palhoça, Forquilhinha e Porto Alegre.
A investigação, que começou em outubro de 2023, revelou indícios de fraudes em três processos licitatórios distintos. Em um dos casos, verificou-se que a administração pública pagou duas vezes pelo mesmo item, utilizando contratos diferentes. Apenas um dos fornecedores entregou o produto, enquanto o outro recebeu o pagamento sem fornecer nada, configurando desvio de recursos públicos em benefício de terceiros.
Outro ponto investigado pela Operação Maestro envolve a modificação não autorizada de um contrato administrativo. Uma empresa declarada inabilitada no processo licitatório foi quem executou a obra, enquanto a vencedora do certame apenas recebeu e repassou os valores. Além disso, a aquisição de um objeto sem contrato ou licitação prévia, e o pagamento desse item por meio de contrato administrativo com outra pessoa, também estão sob investigação.
A Operação Maestro mobilizou cerca de 100 policiais civis, com apoio de várias unidades especializadas da Polícia Civil de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, bem como da Polícia Científica, que forneceu suporte técnico nas áreas de informática e engenharia forense. A execução das diligências teve respaldo do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que acatou as representações feitas pela Polícia Civil e contou com o parecer favorável da Sub-Procuradoria Geral de Justiça do Ministério Público estadual.