Os detalhes do cerco para fechar açougue que vendia carne estragada em Palhoça

Ainda não se sabe quais eram os locais de venda do produto; parte da carga é apontada como carne de cavalo

Carne de cavalo estragada era usada em açougue clandestino para produção de hambúrguer em Palhoça
Carne de cavalo estragada, entre outras, era usada em açougue clandestino para produção de hambúrguer em Palhoça - Foto: Divulgação/CSC

A operação que fechou um açougue clandestino nesta quinta-feira (14/9) em Palhoça ocorreu às pressas, para que os responsáveis não escapassem. O flagrante ocorreu de madrugada, em uma residência na Ponte do Imaruim, pois desde a tarde de quarta (13) iniciou-se uma mobilização do Serviço de Inspeção Municipal para atender a uma denúncia.

Conforme detalhou a prefeitura, a Secretaria de Maricultura e Pesca de Palhoça recebeu a informação através de uma carta anônima denunciando que uma casa estaria servindo de fábrica irregular de hambúrguer com carne vencida e de cavalo.

“Assim que chegou ao nosso conhecimento, mobilizamos o efetivo necessário para verificar”, enfatizou Adriana Morsoletto, médica veterinária do Serviço de Inspeção Municipal. Porém, na primeira tentativa de acessar o local, ainda na tarde de terça, a entrada na casa foi negada por uma mulher que trabalhava no local, dizendo ser diarista.

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“Mas não nos desmobilizamos” disse Adriana. Ainda na tarde de quarta-feira (13), o advogado da Secretaria de Maricultura e Pesca, acompanhado das médicas veterinárias componentes do Serviço de Inspeção Municipal, foi até a Delegacia de Polícia para requerer um mandado para averiguar a situação na residência.

Enquanto o processo burocrático para permitir a entrada das médicas veterinárias se desenrolava, agentes da Guarda Municipal de Palhoça faziam rondas no local denunciado para identificar um possível flagrante do comércio ilegal de carne.

Açougue clandestino na Ponte do Imaruim tinha carne estragada
Açougue clandestino na Ponte do Imaruim tinha carne estragada – Foto: PMP/Divulgação/CSC

Por volta da meia-noite dessa quinta, o mandado para permitir a “batida” ainda não havia saído, mas a vigilância dos guardas municipais ao local notou uma movimentação suspeita. Os agentes então decidiram intervir.

“Foi feito contato com o agente da Polícia Civil e o mesmo solicitou que fosse abordado o veículo, […] visto que havia no interior da Fiorino diversos pedaços de carne”, segundo relato de guarda que atuou na ocorrência.

Os agentes conduziram o dono do local à delegacia e apreenderam um dos veículos para assegurar que a carne encontrada não fosse retirada dali.

Operação fecha frigorífico clandestino em Palhoça com carnes estragadas
Cerca de 1 tonelada de diversos tipos de carnes foi apreendida em imóvel na Ponte do Imaruim – Foto: PMP/Divulgação/CSC

A abordagem, que iniciou na noite de quarta, se estendeu até a manhã dessa quinta-feira (14), com auxílio também de mais órgãos, como Cidasc e Polícia Científica. Era dia, quando a médica veterinária Cibelle Aryane Prá identificou os pedaços de carne que estavam armazenados nos refrigeradores, ao fundo da residência. Segundo a PCi, muitos quilos estavam em estado putrefato e que a procedência era de “animais não usualmente consumidos”. A possibilidade é de que parte da carga encontrada se trate de fato de cavalo, entre outras.

“Identificamos muitas peças de carne, tanto bovinas, quanto suínas e aves, além de espécies diversas ainda não identificadas. Ao identificar essa quantidade grande de carne sem qualquer identificação de origem, a gente teve a certeza de que o trabalho durante horas tinha valido a pena”, afirmou Adriana Morsoletto.

Foram medidos 980 quilos de carne na delegacia, todos sem procedência comprovada, e posteriormente jogados no lixo. De acordo com a Secretaria de Maricultura e Pesca, que iniciou as apurações da denúncia, a Polícia Civil vai continuar investigando o caso para identificar possíveis desdobramentos, para saber qual eram os mercados de destino do produto. O responsável pela casa foi detido.

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