Novo relatório de balneabilidade, divulgado pelo IMA nesta sexta-feira (13/1), mostra que aproximadamente metade dos pontos analisados no litoral catarinense não têm condição para banho.
O relatório Nº 8, com coletas referentes de 9 a 12 de janeiro, apresenta 121 dos 237 (51%) dos locais próprios para banho de mar. Já em Florianópolis o índice é ainda menor: dos 87 pontos analisados, 41 estão adequados para os banhistas (47,13%). A maior parte desses pontos impróprios na capital concentram-se no norte da ilha e região central. Já as cidades de Navegantes, Balneário Camboriú e Itapema têm praticamente todas os locais sem condições de banho.
Os índices de balneabilidade no litoral catarinense caíram a partir das chuvas intensas entre novembro e dezembro de 2022 – até então os relatórios apontavam uma normalidade na relação de praias limpas e sujas. Em setembro, por exemplo, o índice positivo chegou a 84%. Com a chegada do verão e também de uma população sazonal nos balneários, os índices passaram a se manter baixos, sem recuperação até agora. A sujeira na água do mar resulta em milhares de casos de virose, reportados por diversos municípios litorâneos. O principal sintoma é a diarreia.
Como é feita a análise
Há uma tolerância para a quantidade de coliformes fecais no mar. A água é considerada própria para banho quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas cinco semanas no mesmo local houver 800 Escherichia coli por 100 mililitros no máximo. É considerada imprópria quando passa desse limite em 20% das amostras ou quando chega a 2.000 bactérias em apenas uma amostra. Os resultados podem ser conferidos no site do IMA ou no aplicativo Praia Segura.
UFSC propõe algas filtrantes
A crise na balneabilidade de Santa Catarina têm atraído a atenção do país e, localmente, a proposição de ideias para se resolver o problema. Todos, porém, são de médio a longo prazo. Nessa semana a Prefeitura de Florianópolis anunciou que neste ano irá investir mais em sistemas sanitários e fiscalização de esgoto.
Já a UFSC divulgou que recomenda ao Ministério do Meio Ambiente um projeto de produção de algas filtrantes para serem colocadas no mar, de modo a limpar as bactérias.
Segundo o professor Paulo Horta, do Departamento de Botânica, esses sistemas são diversificados e que a própria UFSC já os estuda. Pelo menos duas técnicas têm bons resultados, os tapetes de algas filtrantes e a produção de algas em tanques. Conforme sua recomendação, a alternativa de tratamento com algas é uma solução baseada na própria natureza e que poderia resultar na redução das emissões de gases do efeito estufa, podendo gerar créditos de carbono.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br