Menos de 30% das crianças têm esquema vacinal completo contra Covid

    Cobertura vacinal com duas doses contribui para reduzir demanda hospitalar

    Florianópolis tem cerca de 10 mil crianças vacinadas - Leonardo Sousa/PMF
    Vacinação infantil contra Covid na capital - Leonardo Sousa/PMF

    A vacinação infantil contra as variantes de coronavírus chegou a uma estagnação de aproximadamente 30% do público vacinável em Santa Catarina. Das 642 mil crianças de 5 a 11, que poderiam receber as doses, apenas 192 mil completaram o esquema vacinal (29,9% do grupo).

    Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiológia (Dive), do estado, atualizados nesse domingo (17/7). A série temporal mostra que a adesão à imunização infantil tem diminuído mês a mês, o que significa que a cobertura vacinal deve ficar longe da ideal.

    Na Grande Florianópolis a taxa de cobertura de duas doses é um pouco maior: 35,1%, mesmo assim longe da meta de 95% para considerar a população segura contra um vírus.

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    A aplicação da primeira dose de vacina nas crianças em todo o estado, assim como acontece com adultos, teve aceitação pouco maior, chegando a 48,6% das 642 mil pessoas que poderiam receber, o que resulta em 312 mil crianças que não receberem a segunda picada.

    Marcas

    A maioria das patentes utilizadas na vacinação infantil foram as da Pfizer e da Coronavac, porém os dados da Dive mostram que cerca de 15,2 mil doses de Astrazeneca foram usadas nas crianças, o que é proibido, uma vez que essa vacina não está autorizada no Brasil para imunizar esse público contra Covid.

    Em outras ocasiões em que esse mesmo problema foi apontado, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que em parte o número de doses aplicadas é também influenciado por preenchimento errado dos formulários. Porém, de fato há crianças que receberam vacinas não autorizadas. O apliacação indevida de tipo de vacina também contribui para espantar pais e mães já receosos com a imunização.

    As vacinas autorizadas para a faixa etária de 5 a 11 anos são a Pfizer e a Coronavac. Nessa semana a Anvisa também autorizou por unanimidade o uso da Coronavac em crianças de 3 a 5 anos. Em SC a aplicação depende ainda da aprovação pelo Estado.

    Cobertura das cidades

    Algumas cidades de Santa Catarina conseguiram vacinar mais do que todo o público previsto, superando assim taxas de 100% de cobertura vacinal com duas doses. Foram 13 cidades com resultado acima.

    Nos 22 municípios da macrorregião da Grande Florianópolis o que teve melhor resultado na cobertura até agora foi Leoberto Leal, com 80,9% das crianças completamente vacinadas. Para as quatro maiores cidades da região metropolitana as taxas de cobertura variam de 34% a 38%.

    Doenças respiratórias

    A Secretaria de Saúde do estado, na atual crise que tem lotado as unidades de emergência infantil, alerta que é importante que os pais e mães vacinem as crianças com todas os imunizantes disponíveis além da Covid. Em alguns casos há crianças que são internadas com Covid e gripe e há casos mais raros de pacientes que são infectados com até três vírus simultaneamente. Assim, as formas mais graves de doenças respiratórias poderiam ser evitadas com vacinação completa.

    A taxa de cobertura vacinal das crianças não explica por si só a lotação dos postos de saúde, UPAs e hospitais, é um elemento do cenário. Mas é um fator direto e se e as metas municipais tivessem sido batidas – se houvesse adesão completa do público – as emergências teriam menos demanda de crianças adoecidas.

    A vacinação ocorre principalmente nos postos de saúde, mas também em locais alternativos. Por exemplo em Florianópolis nesse domingo há o “busão da vacinação” disponível no Parque da Luz, das 9 às 16 horas, para toda a população.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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