A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Respiradores considerou que as respostas apresentadas por escrito pelo governador Carlos Moisés da Silva (PSL) aos membros da comissão apresentam inconsistências. O assunto foi discutido em reunião interna da CPI, realizada na manhã desta quinta-feira (23).
Conforme o presidente da comissão, deputado Sargento Lima (PSL), durante mais de duas horas os parlamentares discutiram uma a uma as respostas as 15 perguntas sobre a compra dos 200 respiradores artificiais por R$ 33 milhões, com pagamento antecipado, e que não foram entregues ao Estado. O relator, deputado Ivan Naatz (PL), apresentou as contradições que encontrou nas respostas, com base em documentos que estão em posse da CPI, no teor dos depoimentos prestados à comissão e nas lives feitas pelo governador.
“Concluímos que as respostas do governador apresentaram inconsistências, inverdades. Portanto, o governador mentiu à CPI”, disse Ivan Naatz.
O relator afirmou que as contradições serão apresentadas no relatório final da CPI. “As consequências dessa mentira estarão no relatório e serão apresentadas aos catarinenses quando o relatório for apresentado”, acrescentou.
Reunião decisiva
A próxima reunião da CPI, que ocorre na terça-feira (28), deve marcar o encaminhamento para a conclusão dos trabalhos de investigação. Além disso, está programado o depoimento do vereador de Florianópolis Ed Pereira (PSDB).
O requerimento com convocação dele foi aprovado nesta semana, depois que o parlamentar afirmou, em áudio gravado antes de uma sessão da Câmara da Capital, conhecer empresários de São Paulo que “investiram pesado no secretário Douglas Borba” para ajudar na campanha de Carlos Moisés ao governo em 2018. Sargento Lima, autor do requerimento de convocação, quer saber se essa doação ao então candidato tem relação com a negociação que resultou na compra dos respiradores por R$ 33 milhões.
Conforme Ivan Naatz, a expectativa é apresentar o relatório final da CPI na segunda semana do mês de agosto.