Mais de 300 pinguins foram encontrados na ilha de SC em 46 dias

    Apenas 5 aves sobreviveram a tratamento após resgate

    Mais de 300 pinguins foram encontrados nas Prais de Florianópolis em 46 dias
    Maioria chega morta às praias por desnutrição ou machucados em redes de pesca - Amanda Lucena Fernandes/R3 Animal

    Continua alta a mortandade de pinguins-de-Magalhães em Florianópolis. Somente nos primeiros 46 dias de avistamentos em praias da ilha foram encontrados mais de 300 pinguins, a maioria morta.

    Desde 29 de maio até essa quinta-feira (14/7) a ONG R3 Animal contabiliza 309 aves da espécie Spheniscus magellanicus encontradas, das quais 19 foram resgatadas com vida e apenas 5 resistiram e estão em tratamento no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, no Parque Estadual do Rio Vermelho. Somente em um único dia, 41 aves foram resgatadas mortas na maior praia da capital.

    A grande maioria dos animais foi resgatada durante o monitoramento diário, realizado nas praias da faixa leste, totalizando 222 pinguins. O restante foi resgatado em diversas praias após acionamento pelo telefone 0800 642 3341. As ações de resgate, reabilitação e soltura são realizadas por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos.

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    Segundo a médica veterinária Janaína Rocha Lourenço a mortandade de pinguins ocorre por dois principais fatores: capturados em redes de pesca (enredados) e desnutridos pela escassez de alimentos ao longo do trajeto. “Infelizmente ao exame de necropsia a maioria dos animais apresentam alterações compatíveis com afogamento por interação antrópica, além de sinais de desnutrição devido ao longo caminho percorrido durante a migração e falta de alimento no período”, explica Janaína.

    Os animais resgatados com vida geralmente são juvenis, estão em seu primeiro ano de vida e encaram pela primeira vez a migração desde a Patagônia. Como são inexperientes, após esse longo trajeto eles chegam exaustos e magros, e não resistem.

    Encalhes em massa preocupam

    Conforme a análise da ONG R3 Animal, o encalhe diário de pinguins nas praias florianopolitanas nessa época é comum e segue até a primavera. O que chama a atenção dos técnicos, porém, é o encalhe em massa, como o que aconteceu em 26 de junho. A técnica de monitoramento Amanda Lucena Fernandes encontrou 41 pinguins mortos entre as praias da Barra da Lagoa e do Moçambique. No dia seguinte, a técnica de monitoramento Paula Azevedo Figueiredo encontrou mais 14 no mesmo trecho.

    A ausência de penas nas aletas, conhecida como apteria, é um indicativo de interação com alguma ação humana. O animal se debate para tentar se soltar de petrechos de pesca, por exemplo, e acaba perdendo as penas.

    Embora os números sejam alto, representam um padrão de encalhe dos pinguins-de-Magalhães em 2022. Em 2021 a R3 Animal registrou 1.728 pinguins nas praias da Ilha, apenas 178 estavam vivos no momento do resgate.

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