Maioria dos alvos da Mecanismo Verde são servidores da Prefeitura de Florianópolis

São 28 pessoas envolvidas no esquema de corrupção para permitir construções irregulares no norte e sul da ilha; há arrolamento de ex-vereadores

A Operação Mecanismo Verde, deflagrada hoje pela Polícia Civil, cumpre 35 mandados de busca e apreensão de provas contra um esquema fraudulento de alvarás para construção na Prefeitura de Florianópolis. Essas buscas por provas envolvem 28 pessoas, a maioria servidores da prefeitura, nas secretarias de Planejamento Urbano, Fazenda e no órgão ambiental Floram.

De acordo com a delegada Beatriz Ribas foram pedidos seis mandados de prisão à justiça estadual, porém indeferidos nesse momento. Ela explica que há também ex-vereadores envolvidos e assessores parlamentares.

diversos policiais civis homens e mulheres com jaquetas da corporação reunidos em pé em estacionamento; maioria de costas para foto
Polícia Civil mobilizou 120 agentes para cumprir 35 mandados de busca e apreensão em cinco cidades, além da capital – PC/Divulgação/CSC

Qual é o “mecanismo”

A operação visa desarticular um quadrilha instalada na Prefeitura de Florianópolis que permitia que construtores erguessem indevidamente imóveis, principalmente no Norte e Sul da ilha. O que ocorria é que os construtores parcelavam irregularmente os terrenos, abriam servidões, contruíam e vendiam os imóveis sem a devida regularização.

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Os servidores que atuam nas secretarias municipais do Meio Ambiente, Planejamento e Desenvolvimento Urbano (SMDU), da Secretaria da Fazenda e da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) facilitavam o trâmite burocrático. Na secretaria da Fazenda, aponta a delegada, eram reduzidas as dívidas que ocasionalmente havia em relação aos terrenos, para “regularizar” a construção.

Segundo informações da investigação, esse mecanismo verde de corrupção se consolidou em 2018 na prefeitura, porém a atuação irregular de alguns desses servidores já vem de muitos anos.

Contraponto

Em nota, a prefeitura de Florianópolis diz que não houve nenhuma operação dentro de suas dependências e que ainda não tem detalhes sobre o ocorrido, há 10 dias de uma eleição municipal.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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