A Polícia Militar iniciou planejamento para conter a prática da farra do boi em Santa Catarina. Normalmente, o período da quaresma – entre o carnaval e a páscoa – tem mais ocorrências desse tipo, principalmente no litoral.
A PM avalia que o ano passado já foi de poucas ocorrências e que esse ano deve ter menos, porque recentemente mais uma lei estadual foi aprovada contra a farra do boi. Em 27 de janeiro, o governador, Carlos Moisés, sancionou uma lei que prevê multa de até R$ 10 mil para quem organizou, caso identificado, e de R$ 1 mil para os farristas.
Em reunião com a Cidasc nessa semana, a PM diz que mais uma vez estará atenta aos casos e que contará de novo com o apoio do órgão. Quando é flagrada uma farra do boi, os policias devem laçar e encaminhar o animal para algum lugar adequado, por isso o apoio da Cidasc.
“Desde o ano passado conseguimos administrar os problemas envolvendo as questões relacionadas aos maus tratos animais. Ressalto a utilização dos caminhões, com laçadores, como um ponto fundamental”, resumiu o coronel Koglin, ao falar sobre o planejamento das ações e a estrutura envolvida.
“Creio que se no ano passado registramos poucas ocorrências, neste ano teremos menos ainda, até porque o povo tem medo de multa”, avaliou a presidente do Cidasc, Luciane de Cássia Surdi.
Os recursos provenientes da aplicação das multas serão destinados ao Fundo de Melhoria da Polícia Militar (Fumpom).
Casos em queda
Dados de janeiro a agosto de 2019 mostram que foram registradas 27 ocorrências de farra do boi em Santa Catarina, todas no litoral. Florianópolis e Governador Celso Ramos foram os municípios com maiores ocorrências, com nove cada.
A PM ressalta que a prática criminosa tem diminuído ano a ano, fruto tanto do trabalho preventivo e repressivo, quando é necessário deslocar guarnições para interromper uma farra, quanto do trabalho educativo, feito em escolas e programas de educação, mostrando a tortura animal.