O deputado estadual e candidato a governador Gelson Merisio (PSD) mostra que está de olho nas pesquisas que indicam que mais de quarenta por cento dos catarinenses pretendem votar em Bolsonaro em outubro. O candidato decidiu abrir o voto para o capitão reformado, contrariando a orientação nacional do partido, que integra o grupo de apoio ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB).
Outro que está de olho nos dividendos eleitorais de Bolsonaro é Mauro Mariani (MDB) que, apesar de jurar fidelidade ao candidato do partido, Henrique Meirelles, participou, dizem que com entusiasmo, de almoço com apoiadores do presidenciável em SC.
Impossível não lembrar do provérbio português: “Quando o navio afunda, os ratos são os primeiros a pular fora”. Política é uma atividade solitária, onde não existe lealdade a perdedores.
Expectativas para o verão
A presença de argentinos nas praias do nosso litoral, no próximo verão, deverá ser reduzida, tanto em função da crise econômica no país vizinho, quanto ao aumento do dólar no Brasil. Em 2017/18, eles foram 73% dos estrangeiros que passaram por aqui.
Em conversa com empresários e investidores, ouvi que, em contrapartida, a estabilização econômica deve ampliar o volume de brasileiros capazes de viajar.
Interesses privados
Por mais que haja a boa intenção de incentivar a vocação marítima da Grande Florianópolis, a aprovação de cessão de uso para a construção de uma enorme marina na Beira-Mar Norte, na Ilha de Santa Catarina, parece cercada por interesses privados. Começando pelo enorme investimento da Casan na despoluição da orla no local, coisa que já deveria ter sido feita há muito tempo, mas, curiosamente, só saiu agora, depois que o projeto veio a público.
Quer dizer, antes a população podia conviver com o mau cheiro e impedida de se aproximar da água na região. Agora vai-se tratar e desviar os esgotos para, em seguida, poluir a água com óleo, lixo e combustíveis. É uma escala de valores que acho impossível de compreender. A vida humana, realmente, tem pouco valor diante do lucro.
A baía norte vai encher de ricos e novos-ricos em seus barcos reluzentes. Enquanto isso, a população trabalhadora vai continuar fervendo os miolos dentro de ônibus lotados. Não há citações a respeito da ligação marítima para transporte coletivo.
Interesses privados II
Um certo guru da administração pública garante que, depois da marina, a próxima concessão pública poderá ser para a construção de um hotel de luxo, próximo ao local.
Aplicativos
Enquanto isso, a prefeitura e a Câmara de Vereadores tentam dificultar um pouco mais a vida de quem tem trocado o transporte coletivo pelos aplicativos de transporte (Uber e 99Pop).
O projeto de regulamentação da atividade tramita em urgência, contendo diversas limitações que, além de reduzir a oferta de carros à população, aumentará o custo das viagens. Uma mobilização feita pelos motoristas, na segunda, conseguiu a promessa de revisão em alguns pontos, mas, de forma geral, a tendência é negativa.
Se ao menos a região oferecesse um bom sistema de transporte coletivo, limitar os aplicativos teria sentido. Mas, ao que parece, construir a estrutura para melhorar o trânsito
para os ônibus não oferece lucro imediato, logo, não atrai a atenção necessária, nem de investidores privados, nem de gestores públicos. As obras, mesmo as que começam, não andam, e quando ficam prontas, geralmente já estão obsoletas ou insuficientes.