O governo federal fez novos cortes de orçamento nessa semana, retirando R$ 8,239 bilhões em investimentos em todo o país. Na educação o corte é de R$ 3,2 bilhões, conforme publicação no diário oficial da União de terça-feira (31/5).
Segundo o Ministério da Economia a contenção ocorre para cumprir o teto de gastos. A manobra também procura dar margem ao governo para conceder reajuste salarial aos servidores federais, o que ainda não está confirmado.
Com a redução de verbas para o MEC as universidades e institutos federais são afetados. Em Santa Catarina, UFSC, IFSC e UFFS sofrem com a redução de orçamento. Na UFSC foram retirados R$ 25 milhões, no IFSC R$ 11,4 milhões e na UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul) cerca de R$ 7,9 milhões.
Segundo a UFSC, o bloqueio foi aplicado para reduzir despesas de custeio, que são os recursos usados para pagar energia elétrica, água, contratos nas áreas de limpeza, vigilância e manutenção da universidade. Com isso, o secretário de Planejamento e Orçamento da UFSC, Fernando Richartz, prevê dificuldade para o pagamento de contas ao final do ano caso o bloqueio não seja revertido. “Isso é um problema sério para a Universidade, porque os contratos aumentam ao longo do tempo”, diz o secretário, que afirma que a verba hoje é 26% menor do que em 2019.
O reitor do IFSC, Maurício Gariba Júnior, vai na mesma linha, alertando para problemas de funcionamento da instituição no segundo semestre. “Impacta desde questões como pagamento de luz, água, telefone, bolsas de pesquisa e extensão, até na taxa de desemprego onde o IFSC está presente, pois pode acarretar na demissão de terceirizados”, diz Gariba.
“nos últimos anos o orçamento do IFSC vem sofrendo perdas significativas. Nosso orçamento foi de 177,2 milhões de reais em 2015. Neste ano o orçamento é praticamente a metade do orçamento de 2015.”, destaca o pró-reitor do IFSC, Jesué Graciliano da Silva.
Cortes em ciência
Os cortes do governo federal também afetam a área de ciência, reduzindo em R$ 2,9 bilhões os investimentos em projetos e desenvolvimento nas universidades. As instituições afirmam que planejam uma “ação coordenada” para tentar reverter os cortes. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) está avaliando a possibilidade de ingressar com ações para tentar reverter judicialmente o corte de recursos à área.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br
