Inscrições de facção fazem PM ocupar permanentemente divisa de São José e Florianópolis

    Barreira também visa coibir furtos na região

    PM ocupa divisa de São José e Florianópolis
    Intervenção: policiais ocupam divisa de São José e Florianópolis na Avenida Jousé di Bernardi, sob a Via Expressa - Foto: PMSC/Divulgação/CSC

    A Polícia Militar passou a ocupar constantemente a divisa de São José e Florianópolis na Av. Jousé di Bernardi, sob a Via Expressa, nas últimas duas semanas. A permanência de viaturas no local ocorreu logo após as manifestações de moradores da comunidade Chico Mendes, que reclamaram de morte de um jovem pela Polícia Civil em investigação no bairro. Posteriormente outro homem armado foi morto pela PM durante confrontos.

    A área sob a Via Expressa é um local tradicionalmente frequentado há muitos anos por pessoas em situação de rua, usuários de crack e ladrões, criando um ambiente de risco e degradante. Nas manifestações, no entanto, criminosos fizeram a inscrição da sigla “PGC” nas paredes abaixo do viaduto. Esse pode ter sido o estopim para que o Estado decidisse por presença policial na área.

    Como é um local de divisa, ficam agora policiais de dois batalhões na vigia, com objetivo de coibir a ação e a presença de usuários de drogas que utilizam aquele espaço, segundo informou a PMSC.

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    Segundo o comandante do 7º BPM, tenente-coronel Carlsbad Von Knoblauch, responsável pela área de São José, as pichações da facção criminosa também entraram na conta para a ocupação:

    A pichação foi um dos pontos que focamos esforços junto às prefeituras, para que fossem retiradas e o foram. Isso porque a pichação fazendo alusão a facções acaba repassando um aspecto de abandono, piorando a salubridade local e afetando indiretamente a tranquilidade e segurança pública”, informou em nota o comandante nesta sexta-feira (22/3).

    “É fundamental que além da barreira que estamos fazendo, prefeituras se empenhem na limpeza, coleta de materiais abandonados, retirada de pichações, melhoria nos acessos de pedestres e veículos”.

    O comandante também afirma que há uma articulação com o Ministério Público para buscar uma forma de aplicações de penas mais duradouras para criminosos que são presos em flagrante após cometerem algum delito, isso porque logo são soltos e voltam a reincidir na criminalidade. Em geral, são usuários de drogas que furtam materiais metálicos dos imóveis das redondezas, assim como objetos de valor das garagens de prédios.

    “Contactamos o MP no sentido de manter contato constante com o Poder Judiciário, demonstrando a alta taxa de criminalidade entre moradores de rua e reincidências, buscando uma forma de tentar punições mais duradouras, que as que vem ocorrendo, nas quais os detidos permanecem poucos dias presos, mesmo em casos de flagrantes delitos e mandados de prisão cumpridos”, concluiu o comandante.

    A presença policial também está no contexto das recentes aprovações das leis municipais em São José e Florianópolis para internar involuntariamente dependentes químicos que vivem nas ruas.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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