A inflação percebida pelos consumidores de Florianópolis foi de 1,63% em outubro, maior índice mensal em quase 11 anos (desde dezembro de 2010, quando atingiu 1,84%). Já o índice acumulado nos últimos 12 meses chegou aos dois dígitos (10,63%). Esse indicador de inflação anualizada não ficava tão alto há 18 anos (desde outubro de 2003, quando chegou a 12,70%). A diferença é que, apesar de alta, naquele ano a inflação estava em queda.
Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag).
Combustíveis e alimentação
Os aumentos dos preços de produtos e serviços ligados aos transportes foram responsáveis por mais da metade do Índice de Custo de Vida medido em outubro. O grupo transporte foi também o que teve o maior percentual de aumento (4%), puxado principalmente pelos combustíveis para automóveis, que subiram 11,5%.
O segundo grupo que mais pesou no índice do mês foi o dos alimentos e bebidas, que subiram quase 2%, o maior aumento do ano. Os aumentos dos preços da alimentação foram responsáveis por quase um quarto do índice de outubro. Mas neste caso os aumentos foram bastante concentrados nas refeições feitas fora de casa (4,5%). Fazer um lanche na rua ficou em média 10,7% mais caro no mês passado.
Os alimentos comprados em feiras e supermercados subiram em média apenas 0,36%. Os maiores aumentos foram os dos tubérculos, raízes e legumes (18,1%), com destaque para a batata inglesa (34%) e tomate (19%), além de aves e ovos (3,2%), puxados pelo peito de frango (6,6%). Mas vários alimentos tiveram queda, como os ovos de galinha vermelhos (-2,4%).
Outros preços
Além de alimentação e transportes, houve aumentos nos grupos de preços ligados a habitação (0,92%), saúde e cuidados pessoais (1,27%) e despesas pessoais (1,38%). Ficaram praticamente estáveis os grupos relacionados a artigos de residência (-0,06%), vestuário e educação (-0,11%). Os preços dos serviços de comunicação ficaram estáveis. Dos 297 itens pesquisados, 94 tiveram aumento, 116 permaneceram estáveis e 87 tiveram queda de preço.
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 31 de outubro.
A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.