Maria Francisca Lapa, 92, depende de duas próteses, uma inferior e outra superior, há mais de três décadas. O último par foi trocado há 15 anos , ou seja, cinco vezes acima do prazo recomendado para a troca, que é de três anos. Através de uma consulta odontológica na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Bela Vista, Maria descobriu a necessidade de fazer a substituição com urgência. Com o encaminhamento em mãos, nesta segunda-feira (1º/8), a idosa deu mais um passo rumo à transformação do seu sorriso.
A moradora do bairro Floresta, acompanhada da neta, Kelly Cristhina Vicente, Maria Francisca acordou cedo esta manhã de segunda e foi direto ao Laboratório de Próteses Dentárias (LPD), localizado em Campinas, para iniciar os procedimentos. No primeiro atendimento, foi feito o molde. Ela vai precisar de, no mínimo quatro sessões, para receber a prótese total.
“Minha avó morava com o meu pai, e como ele faleceu no ano passado, em janeiro ela veio morar comigo. Como a dentadura dela havia quebrado, levei-a ao dentista e ele ficou muito assustado. Disse que já tinha passado bastante tempo de ter feito a troca. Fez os procedimentos necessários e logo em seguida a encaminhou para fazer uma nova.”, relatou Kelly.
Sem condições financeiras de bancar uma nova dentadura, Maria já nem sonhava mais com a solução para seu dilema. Então recebeu a boa notícia quando foi atendida na UBS. “Estou muito feliz com a oportunidade, porque além da dificuldade na fala, machucava e minha mastigação estava bastante debilitada também”, comemorou a idosa que, em breve, terá novos dentes através do programa inédito na cidade para disponibilizar até 40 dentaduras por mês para pacientes do SUS.
Três anos o tempo ideal para a pessoa refazer a protése. “O paciente precisa fazer a troca quando ela está muito instável, fraturada por algum motivo ou com os dentes muito desgastados. E para evitar as trocas breves ou tardias, a recomendação é que o paciente agende um retorno anual ao dentista para verificar a necessidade ou não de reembasamentos.”, explicou Cláudia Helena Tonon, cirurgiã dentista, especialista em Prótese Dentária, que faz o atendimento clínico no LPD.
NÚMEROS
De acordo com a gerente de Saúde Bucal, Ana Paula Beltrame, com base nos estudos epidemiológicos, estima-se que 22% da população tenha necessidade de uma ou duas próteses totais na região sul do Brasil. “Isso daria em torno de 55.040 pessoas, aproximadamente em São José, com a faixa etária predominante entre 65 e 75 anos.”, analisou a gerente.
Os LPDs de São José iniciaram os atendimentos na manhã desta segunda-feira (1) e integram o programa Brasil Sorridente, parceria do Município com o governo federal, e disponibiliza o serviço também na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Serraria. A ação da Prefeitura Municipal (PMSJ), por meio da Secretaria de Saúde (SMS), visa promover saúde bucal e melhor qualidade de vida aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
O processo de colocação da prótese
São necessárias, no mínimo, quatro sessões para que a pessoa esteja apta a receber sua prótese total. A estimativa inicial é de que mensalmente cerca de 40 pessoas receberão o benefício, pelo programa.
A colocação de uma prótese torna-se fundamental para devolver as funções mastigatórias, a estética e até melhorar a dicção. A mastigação correta dos alimentos é fundamental para a correta digestão dos alimentos.
A parte laboratorial do processo de confecção das próteses será realizada por um prestador credenciado. Os interessados devem procurar a UBS do seu bairro, para solicitar o encaminhamento mediante uma consulta com o dentista da UBS.