Hora do voto municipal

Chegou novamente a hora de votar para os chefes de poderes executivos dos municípios e dos representantes nos poderes legislativos. Na Grande Florianópolis, encerram-se os ciclos dos pessedistas Adeliana Dal Pont, Camilo Martins e Ramon Wollinger à frente das prefeituras de São José, Palhoça e Biguaçu, respectivamente. As lideranças trabalham para eleger seus sucessores e manter o rumo de gestão.

Na capital, Gean Loureiro (DEM) passa pela aprovação de continuidade ou não de seu trabalho. Ao que duas pesquisas eleitorais indicam, Loureiro segue bem cotado para se manter no quinto andar da Rua Tenente Silveira, nº 60. Seus oponentes políticos lutam por uma vaga no segundo turno, se é que haverá – em caso positivo o segundo turno ocorre em 29 de novembro.

Com uma base até agora sólida de apoio na câmara, porém não hegemônica, Loureiro, em caso de vitória, tende a permanecer com forte apoio na câmara de Florianópolis.

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Já em São José, o cenário pode mudar. A nova administração, qualquer que seja, terá um duro trabalho nos próximos meses para conseguir a chamada maioria do apoio dos vereadores. Ao menos sete dos atuais vereadores não sentarão mais nas cadeiras da CMSJ, já que concorrem à eleição majoritária. São eles: Clonny Capistrano, Moacir da Silva, Orvino Coelho de Ávila e Antônio Lemos – o presidente, Michel Schlemper, concorre como vice de Orvino e a vereadora Sandra Martins e o vereador Túlio Maciel não concorrem novamente ao legislativo. Os demais 12 parlamentares procuram se manter eleitos.

A projeção de que a maioria não será tão facilmente obtida tem por base outra projeção, a do número de votos para cada legenda. Já mostramos aqui em matéria anterior como é o cálculo para eleger vereador e projetando que em SJ um partido consegue eleger um candidato fazendo cerca de 6,5 mil votos na legenda e com um dos postulantes com ao menos 647 votos. Porém, dada a pandemia e a maior facilidade em se justificar ausência, é possível que o quociente eleitoral seja ainda menor. Sem as coligações na eleição proporcional (para a câmara), há uma tendência de que os vereadores eleitos sejam mais diluídos entre as siglas, com menor hegemonia das agremiações tradicionais, e possivelmente novos partidos com vaga no legislativo josefense. Caso isso ocorra, então, o novo prefeito precisará ser muito hábil para angariar os votos e aprovar suas principais matérias.

Além de dar conta da tarefa doméstica, regionalmente será também preciso essa articulação política intermunicipal, como a pandemia exigiu dos atuais prefeitos. A região é conurbada, como se fosse uma cidade só, e os problemas se misturam: transporte, empregos, abastecimento e lazer, principalmente. Pessoas moram em uma cidade e tomam serviços municipais em outras, trabalham no município vizinho, se deslocam para suas atividades – e com São José ao centro. Essa característica integrada da vivência da população da Grande Florianópolis será cada vez mais relevante.

Aos 19 vereadores da 20ª legislatura josefense, de 2021 a 2024, sejam bem-vindos e bem-vindas. Ao novo prefeito, igualmente, assim como os novos prefeitos ou os reeleitos das demais cidades.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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