Um homem de 18 anos, identificado como Fabiano Kipper Mai, invadiu a creche Pró Infância Aquarela, em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, e matou três crianças e duas mulheres a golpes de facão. O ataque ocorre na manhã desta terça-feira (4/5).
As vítimas fatais são três bebês de até 2 dois anos de idade, uma professora da creche e uma profissional de saúde do município que estava no local no momento do ataque. Uma quarta criança ficou ferida. A professora era Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos.
O agressor foi preso e levado para um hospital em Pinhalzinho, porque tentou suicídio. O autor desferiu golpes também contra o próprio pescoço, além de abdome e tórax.
As equipes das polícias Militar e Civil, bem como o Corpo de Bombeiros Militar e o Instituto Geral de Perícias estão no local, na rua Quintino Bocaiúva, no bairro Industrial, atendendo as vítimas. A Polícia Militar, que recebeu diversos pedidos de socorro por volta das 11h, cercou a creche e prendeu o assassino.
A motivação do atentado ainda não é conhecida. A Polícia Civil assumiu o caso. Em buscas na residência do homem a polícia encontrou objetos que classificou como “estranhos”. De acordo com o delegado Jerônimo Marçal Ferreira o agressor não tinha histórico policial.
A governadora interina decretou luto oficial de três dias no estado.
5 golpes de facão
Na parte da noite, em coletiva de imprensa, os órgãos de segurança de SC explicaram algumas circunstâncias do múltiplo crime.
O delegado Ferreira afirmou que mais informações estão sendo levantadas para se entender o perfil de Fernando Kipper Mai e possivelmente a motivação para o ataque. De acordo com o delegado, o agressor sofria bullyng na escola e, por esse motivo, não queria voltar a frequentar as aulas. Também que ele tinha alguns problemas em casa, sem espeficar, que ficava muito trancado no quarto jogando no computador e que possuía R$ 11 mil em espécie, de origem lícita do seu trabalho. Outras facas foram encontradas no seu quarto.
Já o representante do IGP da região afirmou que a análise cadavérica mostrou que cada vítima, incluindo as pequenas crianças, levaram ao menos cinco golpes de facão e foram mais machucadas inclusive que a professora. As crianças eram: Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses, e Murilo Missing, de 1 ano e 9 meses e Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses. As mulheres mortas eram: a professora Keli Adriane Anieceviski, de 30 anos, e a funcionária da prefeitura Mirla Renner, de 20 anos.
Coletiva
Ainda na coletiva, Daniela Reinehr, governadora interina, afirmou que o momento é de dor para Santa Catarina e para o Brasil. Segundo ela, o ataque foge à normalidade e causa consternação em uma cidade pequena e pacata do interior.
“As pessoas não estão preparadas e nem podem imaginar que algo assim possa acontecer. Eu prontamente acionei as nossas forças de segurança para que estivessem aqui. Não há o que traga de volta essas vítimas nem o que compense essa dor. O momento é de trazer nosso apoio e nossa solidariedade. Nosso zelo é muito maior quando falamos de crianças, que não têm condições de se defender. Hoje nós tivemos aqui também duas heroínas. O que desejamos nessa hora é força e resiliência”, afirmou a governadora.
Ao todo, 25 psicólogos de toda a região Oeste estão trabalhando para dar amparo à comunidade e aos familiares. A Polícia Militar deslocou 23 profissionais para a cidade, em nove viaturas. A Polícia Civil, por sua vez, deslocou homens de Pinhalzinho, Modelo, Chapecó, Nova Erechim, além do helicóptero da corporação que atua na região.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br