O governo federal não tem interesse em retornar para Santa Catarina os impostos aqui arrecadados. Prova disso são as BRs abandonadas pelo estado, nas quais o governo estadual vai utilizar recursos próprios para ajeitar e terminar parte de algumas obras.
Nessa intenção de aplicar recursos estaduais em rodovias federais não há previsão de contemplação da BR 282, uma artéria logística vital para o estado, ligando a Grande Florianópolis à Serra, Planalto, Oeste e Extremo Oeste. Uma rodovia de pista simples que registra dezenas de mortes todos os anos e que carece há todo esse tempo de duplicação.
Mas, no Brasil, querer o retorno de impostos do poço sem fundo que é a União parece um milagre. E, de fato, isso não vai acontecer. O dinheiro que pagamos não será simplesmente aplicado em uma rodovia. O que se fala é na concessão, em duplicar e encher de pedágios (ainda que os impostos continuem).
Para que seja duplicada, o governo estadual – que é atento às demandas locais, diferente de Brasília – sugere colocar pedágios “não tão caros”, com a esperança de aporte federal para obras e posteriormente duplicação custeada pelos pedágios. Isto é, a duplicação da BR 282 já é cara, mas será ainda mais cara ao contribuinte catarinense, que terá que custear tudo.
Essa foi a proposta apresentada para o Fórum Parlamentar Catarinense nesta segunda-feira (7/6). Esses políticos federais – deputados e senadores – afirmam que vão se comprometer em articular a ideia.
Enquanto isso, pagamos impostos suficientes para ter uma rodovia duplicada de ponta a ponta, mas isso não parece ser o bastante. Santa Catarina é o quarto estado menos favorecido na relação arrecadação à União X retorno.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br