Produtores rurais em Santa Catarina estão apostando na energia solar para gerar a própria eletricidade. Com isso, conseguem reduzir custos, ampliar a autonomia e tornar a produção mais sustentável.
Entre 2023 e 2024, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) liberou recursos para 7.984 contratos. O investimento, feito pelos programas Financia Agro SC e Pronampe Agro SC, ultrapassou R$ 10,6 milhões. Como resultado, centenas de propriedades passaram a produzir sua própria energia.
Além disso, os agricultores que adotam o sistema relatam queda imediata nos gastos com luz. A produtora Eiracina Vicentini, de Tijucas, usou o Financia Agro SC para instalar placas solares. “Pagava em torno de R$ 500, agora pago a taxa de R$ 80, dependendo do consumo”, contou.

Economia e rentabilidade
O sistema fotovoltaico transforma a luz solar em energia elétrica. As placas captam a radiação solar e a convertem em corrente elétrica, que alimenta máquinas e equipamentos da propriedade. Por isso, muitos agricultores enxergam na tecnologia uma alternativa viável e limpa.
Na propriedade de Eiracina, os resultados apareceram em pouco tempo. Ela e o marido, Martinho Vicentini, instalaram o sistema há seis meses. Desde então, reduziram a conta de luz e deixaram de depender das oscilações de preços. Além disso, a energia solar passou a atender todas as atividades da propriedade, que inclui tangerinas, bovinos e eucalipto.
Programas estaduais facilitam o acesso à tecnologia
O Financia Agro SC oferece até R$ 50 mil por contrato. O pagamento pode ser feito em até cinco anos, sem cobrança de juros. Além disso, o produtor que paga em dia pode obter até 30% de desconto nas parcelas. O programa atende agricultores do Pronaf.
Enquanto isso, o Pronampe Agro SC libera até R$ 100 mil por família. O prazo de pagamento chega a oito anos. A subvenção de juros varia entre 3% e 5% ao ano, dependendo da linha acessada. O programa atende tanto Pronaf quanto Pronamp.
De acordo com o secretário da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, os recursos ajudam o produtor a modernizar a atividade. “Reduzimos o custo com energia, aumentamos a sustentabilidade e garantimos mais autonomia aos produtores”, disse. Segundo ele, a orientação do governador Jorginho Mello é clara: promover rentabilidade com inovação.
Por fim, Chiodini reforça que o objetivo do governo é incentivar a produção de energia limpa no campo. “Queremos mais pessoas gerando sua própria energia. Esse é o caminho para o futuro do agro catarinense.”