A Fortaleza de Araçatuba, construída entre 1742 e 1744 no canal marítimo entre Florianópolis e Palhoça, será restaurada pelo Iphan. Em 1980 ela foi tombada pelo órgão como patrimônio cultural brasileiro.
Atualmente a empresa Inspire-C, de Curitiba, está desenvolvendo o projeto de consolidação estrutural dos remanescentes das edificações existentes e propondo a construção de um novo edifício na ilha homônima.
O objetivo do projeto de restauração da Fortaleza de Nossa Senhora de Conceição de Araçatuba é dar todos os subsídios técnicos para a execução da obra de conservação e restauração das ruínas e de preparação do local para receber visitantes.
O projeto desenvolvido pela Inspire-C compreende levantamento de todos os remanescentes das estruturas – incluindo leituras de escaneamento a laser –, um diagnóstico desses edifícios existentes e o projeto, que tem objetivo de definir as intervenções futuras.
Após a entrega desse projeto pela empresa, o Iphan deverá abrir nova licitação para a execução das obras, ainda sem data estimada.
A história da Fortaleza de Araçatuba
No contexto da disputa entre espanhóis e portugueses pelo território sul do Brasil, Portugal decidiu investir na proteção da Ilha de Santa Catarina. O Brigadeiro José da Silva Paes tomou posse do governo da Capitania de Santa Carina em 1739, com a missão de construir defesas nas entradas das baías de Florianópolis.
O sistema inicial foram quatro fortificações. Ao norte, o Brigadeiro idealizou um “triângulo de fogos”, constituído pela Fortaleza de Santa Cruz, na Ilha de Anhatomirim, pelo Forte de São José da Ponta Grossa, entre praias de Jurerê e do Forte, e pelo Forte de Santo Antônio, na Ilha de Ratones Grande. Ao sul, com uma passagem mais estreita e de águas revoltas, foi projetada uma peça, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, na Ilha de Araçatuba.
Posteriormente o sistema de defesa da entrada da baía sul foi complementado pelo Forte Marechal Moura, na Praia dos Naufragados, e a própria Fortaleza de Araçatuba recebeu ampliações ao longo do século XVIII.
Porém, a partir do século XIX iniciou o processo de degradação da estrutura. Alguns reparos foram feitos em diferentes edificações e na muralha, e a Fortaleza de Araçatuba foi desativada em 1937. Sabe-se que a fortaleza serviu de prisão em várias oportunidades, inclusive no período republicano. Depois chegou a ser utilizada pela Marinha do Brasil como alvo para exercícios de tiro, o que contribuiu ainda mais para a destruição.
Em 1980 foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural brasileiro. Atualmente a área fica no município de Palhoça e é de propriedade do Exército Brasileiro, sob a jurisdição da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada de Florianópolis, e as visitas não são autorizadas.