As sete associações de triagem de Florianópolis já comercializaram em 2022 mais de 3 mil toneladas de vidro. A maior parte dessas embalagens de vidro foi separada pelos moradores para a coleta seletiva pública, que atende todos dos bairros da capital com coleta exclusiva de vidro de porta em porta ou com a rede de 145 pontos de entrega voluntária (PEVs) de vidro.
Estima-se que a reciclagem de vidro já chega a 30% do potencial em Floripa, de acordo com a Superintendência de Gestão de Resíduos do município. Também segundo a prefeitura, Florianópolis é a capital que mais recicla no Brasil, devido ao pioneirismo e inovação na coleta seletiva. A cidade foi a primeira a adotar a modalidade de entrega voluntária de vidro em 2014, com a instalação inicial de 10 PEVs na área continental. Assim a capital se tornou um caso de referência no país em logística reversa das embalagens de vidro.
Com volume grande e estável de vidro coletado, Florianópolis concentrou a atenção da indústria recicladora. Hoje, a tonelada de vidro comercializada na capital catarinense pode chegar a R$ 230, enquanto em outras cidades pode ficar R$ 60. “O vidro tornou-se um material nobre para a reciclagem, com a coleta dinâmica e eficiente que temos em Florianópolis, conseguimos valorizar toda a operação”, aponta a engenheira sanitarista Karina da Silva de Souza.
Em 2022, até outubro, foram comercializadas 3.023 toneladas de vidro pelas associações, com receita estimada de R$ 700 mil e economia de R$ 474 mil com desvio de aterro sanitário.
O vidro coletado pela Prefeitura de Florianópolis é doado para as associações de triadores e comercializado com indústrias, como a Catarina Vidros, de Tijucas. A prefeitura afirma que a Verallia, terceiro produtor mundial de embalagens de vidro para bebidas e alimentos, está em conversação com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smma) para ampliação da rede de pontos de entrega voluntária.
O potencial de vidros na coleta em Florianópolis é de 8 mil toneladas por ano. Se esse material for separado pelo cidadão, o município poderá economizar R$ 640 mil com aterramento de vidro e gerar R$ 1,2 milhão em receitas com a triagem e comercialização do material.