Fazenda Santo Antônio se une contra o cadeião

Comunidade da bairro onde Governo do Estado pretende construir um cadeião, em São José, reuniu-se para dizer não ao projeto

pessoas em reunião num salão
Comunidade e autoridades municipais se unem mais uma vez para barrar a nova tentativa do Estado em construir presídio no distrito industrial Foto: PMSJ/Divulgação

Na última terça-feira (15/5), a comunidade do bairro Fazenda Santo Antônio, em São José, começou a movimentação para mais uma vez tentar barrar a construção de um centro de triagem de presos no distrito industrial.

Estiveram reunidos no salão da igreja dezenas de moradores, secretários municipais, vereadores, a presidente da Aemflo, Nadir Koerich, a prefeita Adeliana Dal Pont e o vice Neri Amaral. Todos contra a construção.

Após a resolução da justiça catarinense que considerou improcedente o argumento da prefeitura de São José sobre a inviabilidade da instalação do equipamento no local diante do zoneamento do plano diretor, foi dada a autorização para que o Estado fizesse a obra. Em Janeiro, porém, o Estado já havia se manifestado diretamente à Prefeitura com pedido para que o Executivo local, se não quisesse a construção do cadeião na Fazenda, doasse outro terreno, de valor próximo a R$ 5 milhões. A prefeita Adeliana rechaça essa possibilidade.

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Em seu pronunciamento à comunidade, Adelina reiterou que nunca foi contra a construção do cadeião em São José, porém não onde o plano diretor não permite. Esse é o principal argumento jurídico que a Procuradoria Geral do município vai se respaldar para que o presídio não seja instalado no distrito industrial.

“A gente sempre falou isso, que não era contra, só que não pode ser mudado o que o plano diretor não permite, porque senão fica uma bagunça. Se você permitir que hoje o estado construa aqui, amanhã qualquer cidadão pode construir o que quiser”, disse a prefeita.

“Com relação à decisão dessa semana, digo que a Procuradoria vai recorrer até o fim. Vamos à Brasília pedir a suspenção dessa decisão. Estamos trabalhando juridicamente todos os aspectos e todas as medidas possíveis”, declarou o procurador geral do município, Rodrigo João Machado.

Outras possibilidades

Para que o cadeião não seja construído na Fazenda Santo Antônio, outras duas possibilidades já foram trabalhadas, mas até agora infrutíferas. Uma é que se instale o presídio de 436 vagas em outro terreno, que deve ser comprado pelo Estado, outra é que se instale na Fazenda, em terreno do Estado, órgãos burocráticos da Secretaria de Segurança, como Detran, IGP, delegacia geral, entre outros.

adeliana em pé fala ao público em uma bancada com outras autoridades
Prefeita Adeliana Dal Pont pediu união e afirmou que não vai permitir medida contrária ao que estabelece o plano diretor – Foto: PMSJ/Divulgação

A prefeita Adeliana comenta sobre essas alternativas: “Desde 2014 apresentamos para o Governo do Estado essa ideia e tínhamos chegado a um acordo, só que a central de triagem é da Secretaria de Justiça e Ciadania e esse equipamento é da Secretaria de Segurança, então nem os dois se entendem muito bem. Aí fica o terreno disponível, a cidade precisando desses serviços da Segurança, e aí me parece que por intransigência da Secretaria de Justiça e Cidadania isso não acontece.”

Correio – Por que os outros terrenos no município não foram aceitos?

Adeliana – Primeiro porque em cada visita que fizemos aos locais a Secretaria de Justiça e Cidadania colocava um empecilho. Ou o tamanho da frente do terreno, ou a largura do terreno, ou o comprimento do terreno. Até que depois de uma reunião onde estavam o Tribunal de Justiça, quatro secretários de Estado, juiz de direito, procurador, promotor de Justiça, chegamos a um acordo que aqui não é possível e que eles olhariam os terrenos disponíveis no município, que não são muitos, com um pouco mais de boa vontade. Isso já estava acordado no ano passado e este ano, em janeiro, infelizmente o Estado se manifestou querendo que a prefeitura doe o terreno. Isso não está na pauta. A ideia é o Estado comprar, como ele comprou em outros municípios.

Na ação originária em primeira instância há uma audiência entre Prefeitura e Secretaria de Justiça e Cidadania marcada para 18 de junho sobre o assunto.

A declaração da prefeita Adeliana

Em seu pronunciamento à comunidade, Adelina reiterou que nunca foi contra a construção do cadeião em São José, porém não onde o plano diretor não permite. Esse é o principal argumento jurídico que a Procuradoria Geral do município vai se respaldar para que o presídio não seja instalado no distrito industrial.

“A gente sempre falou isso, que não era contra, só que não pode ser mudado o que o plano diretor não permite, porque senão fica uma bagunça. Se você permitir que hoje o estado construa aqui, amanhã qualquer cidadão pode construir o que quiser”, disse a prefeita.

“Com relação à decisão dessa semana, digo que a Procuradoria vai recorrer até o fim. Vamos à Brasília pedir a suspenção dessa decisão. Estamos trabalhando juridicamente todos os aspectos e todas as medidas possíveis”, declarou o procurador geral do município, Rodrigo João Machado.

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