Facção criminosa provoca autoridades e população com foguetório à meia-noite

Data marca fundação do PGC

foguetório de rojões
Diversos rojões ecoaram na Grande Florianópolis, incomodando população e animais - Pixabay/Divulgação/CSC

3 de março é uma data de incômodo para as forças de segurança de Santa Catarina, assim como boa parte da população nas maiores cidades. Foi nessa data, em 2003, que foi fundada a facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC). O grupo de criminosos promove lançamento de rojões à meia-noite para provocar as autoridades sobre sua existência.

O foguetório de comemoração de aniversário do crime organizado dessa quinta-feira foi ordenado em diversas cidades catarinenses onde há pontos de vendas de drogas ilícitas controlados pelo PGC, como São José, Florianópolis, Joinville, Chapecó e Camboriú, entre outras.

Na Grande Florianópolis foram cerca de 10 minutos de lançamento de foguetes e rojões em diversos bairros, incomodando milhares de pessoas e animais.

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A manifestação ruidosa também serve para o PGC marcar presença contra seus rivais do PCC, facção paulista que mantém relação bélica pelo controle do tráfico. Atualmente a guerra entre as facções está parada em SC, após os picos de conflito e mortes de 2016 a 18, cessada também por conta de dezenas de operações policiais que prenderam centenas de membros faccionados, tanto da facção catarinense, quanto da paulista.

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As forças de segurança pública de Santa Catarina usualmente não dão declarações sobre a questão de facções criminosas, apesar de ser uma das piores fontes de crimes atualmente. O tratamento contra o crime organizado em SC é contínuo, porém velado. Na exposição de dados que mostra uma redução generalizada da criminalidade em SC, o Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial não relaciona a queda nos indicadores à repressão das facções, ao menos não publicamente, mas em diversos quesitos é diretamente proporcional, como menos homicídios, roubos e latrocínios.

O foguetório dos criminosos do PGC – que alicia jovens para tarefas como essa, restringindo-lhes seus futuros – faz barulho também para lembrar que o livre mercado das drogas é altamente viável, apesar da proibição completa e da repressão estatal. É com a venda de drogas ilícitas que os grupos criminosos têm sua renda, além do roubo de veículos e, mais recentemente em SC, o roubo de cargas, que prejudicam empresas.

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