O governador, Carlos Moisés, e o presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, inauguraram a nova subestação da Celesc em Palhoça, na Grande Florianópolis, na manhã desta quarta-feira (9/12) dia em que a companhia comemora 65 anos. Com um investimento aproximado de R$ 8 milhões, a estrutura no bairro Caminho Novo beneficiará 160 mil residências. Além de Palhoça, também serão atendidos moradores de São José e São Pedro de Alcântara.
A nova subestação no bairro Caminho Novo foi projetada para garantir qualidade de energia pelos próximos 10 anos, considerando as atuais taxas de crescimento da região. Além disso, conta com estrutura prévia para ampliar a capacidade em 40%.
Moisés disse que o investimento em energia de qualidade é importante para atração e instalação de empresas e setores produtivos, além de melhorar a oferta de energia para a cidade, que tem aumento de demanda no verão: “Nós temos demandas sazonais, demandas na região litorânea e também quando a população aumenta nos períodos de verão, normalmente se tinha muitos problemas com energia elétrica e isso vai se resolver com a subestação”, diz o governador.
Segundo Sandro Levandoski, diretor de Distribuição da Celesc, a energização da nova subestação foi uma das mais complexas realizadas pela empresa nos últimos tempos. “Toda a carga foi transferida da antiga SE, os alimentadores foram manobrados e depois ligados na nova subestação. Toda a operação foi feita sem interrupção do fornecimento de energia e, nesse período, as unidades consumidoras da região foram abastecidas pelas subestações vizinhas. O serviço envolveu o comprometimento e a dedicação de muitos profissionais das áreas elétrica, protetiva, telecomunicação, projetos e comissionamento”, finalizou.
Entrevista: Cleicio Poleto Martins, presidente da Celesc
Em entrevista coletiva, o presidente da Celesc falou mais sobre a inauguração dessa subestação os gargalos na distribuição de energia na Grande Florianópolis, sobre o quadro de pessoal e o aumento de capital da companhia, em discussão na Assembleia Legistativa.
Correio: Como está o quadro de pessoal da Celesc? Existe a possibilidade de concurso no ano que vem ou aumento da terceirização de serviços?
Martins: Nós temos sempre concursos sendo realizados e há uma lista de espera e à medida que as pessoas vão saindo outras pessoas vão sendo chamadas. Pra esse ano especificamente devemos estar aprovando no conselho de administração, inclusive amanhã [quinta-feira, 10/12], que já passou pela diretoria, a contratação de cerca de 500 novos empregados por conta da saída de muitos outros empregados no plano de desligamento incentivado que nós temos tido na empresa nos últimos anos. Em relação à terceirização, hoje nós temos aí mais de 2 mil empregados terceirizados que completam a necessidade de atendimento da população dos empregados próprios, então é mais ou menos 60-40 [porcento]. Esse é o objetivo para que nós temos uma mescla pra que possamos inclusive fazer um comparativo da qualidade de serviço entre os empregados próprios e terceiros, a fim de quem se beneficie mesmo disso seja a sociedade.
Correio: 60% quadro próprio de pessoal da Celesc e 40% terceirizado?
Martins: Isso, mais ou menos, 60-40, 70-30. Varia um pouco ao longo do ano, mas é mais ou menos essa estimativa que nós temos. Algumas atividades elas não são atividades fins da empresa, e acaba que a gente terceiriza essas atividades. Diferente de atividades fins, que é o caso dos nossos testes de seguranças, dos nossos empregados pra manutenção de linha viva, investimentos, enfim. Então é mais ou menos esse o panorama que nós temos e a expectativa que mantenhamos assim.
Correio: Depois dessa inauguração, quais são os maiores gargalos da distribuição de energia elétrica na Grande Florianópolis?
Martins: O maior gargalo hoje, por incrível que pareça, é na própria ilha de Florianópolis. Nós adquirimos um terreno esse ano no Saco Grande e estamos atrás de outro terreno ali na Baía Sul de Florianópolis. Vamos iniciar uma licitação agora no norte da ilha para que consigamos distribuir melhor essa energia, assim como temos feito bastante investimentos na Lagoa da Conceição com cabos protegidos, onde já estão concluídas essas obras. Criamos duas equipes dentro da ilha, uma pra atender o Centro e o Sul, uma pra atender o Norte, assim como estamos ampliando a subestação dos Ingleses. Então a ilha de Florianópolis hoje na região toda é que carece de uma maior atenção, de duas novas subestações, e é o que nós estamos fazendo, assim como o Centro de Florianópolis também. Precisamos revitalizar aquelas redes de distribuição.
Correio: O que é o projeto de aumentar o capital da Celesc em tramitação na Alesc?
Martins: O aumento de capital se deu porque a Celesc há muito tempo vem distribuindo somente os dividendos mínimos estabelecidos em lei. Por conta disso, esse valor que foi retido pela empresa pra se fazer os investimentos atingiu o capital de R$ 1,6 bi anterior e há uma necessidade legal, contábil, de que haja um aumento de capital de R$ 2,6 bi, então essa é a razão pela qual a gente solicitou o projeto. Já aprovamos no conselho na diretoria, o governador já encaminhou para a Assembleia Legislativa esse aumento de capital para que comporte legalmente esse valor.
Participaram do ato o presidente da Fundação Catarinense de Educação Especial, Rubens Feijó, o secretário Executivo de Comunicação, Jefferson Douglas da Silva, os deputados estaduais Nazareno Martins e Ricardo Alba, o prefeito de São Pedro de Alcântara, Ernei José Stahelin, e o prefeito eleito de Palhoça, Eduardo Freccia, além de colaboradores da Celesc e outras autoridades.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br