Resgatar um animal em situação de maus-tratos não é uma tarefa simples. Sabendo disso, a Prefeitura de São José, por meio da Diretoria de Bem Estar Animal (Dibea) atende às denúncias no Município e dá início a um protocolo de atendimento, que pode levar até 120 dias. O período é previsto para restabelecer a vida dos animais e dar uma nova chance ao lado de uma família que entenda as verdadeiras necessidades do animal e dê amor.
Logo que a Dibea resgata o animal, aciona a hospedagem conveniada, dirigida por Ana Rafaela Pereira, também protetora há 27 anos. Ela leva os animais para o atendimento clínico veterinário e lá são realizados os exames de sangue, aplicado o antipulgas e carrapaticida.
Caso não seja diagnosticada nenhuma doença infecciosa, o animal é levado para a hospedagem, ficando acomodado num espaço só para ele, assepsiado, (limpo três vezes ao dia) com cobertas, pote de água e comida. A alimentação leva em consideração a saúde e necessidades individuais de cada um. São dadas vitaminas, suplementos, ração de boa qualidade, geralmente de 28% a 30% com mais proteína.
De acordo com o diretor da Dibea, Vinicius Ramos, a maioria dos cães resgatados é idosa e apresenta alguma doença. Ainda há os machucados e os que necessitam de cirurgia de amputação. Dos que estão sob tutela, por volta de 30% podem ser adotados, pois conseguem finalizar o tratamento necessário e encontram-se saudáveis novamente.
FAMÍLIA IDEAL
Finalmente, quando passam os 120 dias de tratamento e vacinação, está na hora de conseguir um lar para os amigos de quatro patas. Uma tarefa que requer atenção, pois o risco de um tutor devolver o animal e reabrir as feridas do abandono são reais.
A Diretoria de Bem Estar Animal e a hospedagem parceira tem alguns critérios para a adoção consciente. Um deles é avaliar se a família tem o “perfil do cão”. O alerta soa quando a procura é por um filhote, mas de antemão o candidato avisa que não quer que o animal roa móveis, lata, ou esposo (a) é contra a adoção e seria apenas para satisfazer o desejo do filho pequeno. “Não abro mão do bem estar dos animais. Quando a pessoa adota um animal precisa estar consciente de que a família vai ficar com ele para o resto da vida”, reforça Ana Rafaela Pereira.