A inflação sentida pelas famílias de Florianópolis em maio foi mais baixa (0,36%) no que nos primeiros meses do ano, em parte ainda pelo efeito da redução nas tarifas de energia elétrica, por conta da mudança de bandeira tarifária. Sem esse efeito, a inflação do mês teria sido quase o dobro (0,69%), mas ainda assim menor que a de abril (0,97%).
Como o índice de 0,36% em maio também foi menor do que o registrado no mesmo mês de 2021 (1,27%), a inflação acumulada em 12 meses caiu um ponto percentual e agora está em 10,71%. Nos cinco primeiros meses de 2022, no entanto, o índice acumulado já chega a 4,29%.
Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculados pela Esag/Udesc.
Habitação: -1,8%
Entre os grupos de preços pesquisados, o dos ligados à habitação (-1,84%) foram os que tiveram o maior impacto negativo no índice geral. E a razão é principalmente a redução nas tarifas de energia elétrica residencial (-11,77%), ainda provocada pela mudança na bandeira tarifária em 16 de abril.
A bandeira é uma cobrança extra na conta de luz em tempos de escassez de água nos reservatórios das hidrelétricas. Com isso, a energia gerada por usinas térmicas (mais cara) tem participação maior, aumentando o custo de geração.
Com a recuperação dos reservatórios, a bandeira tarifária foi reduzida para verde (eliminando a cobrança extra na conta). Como essa redução passou a valer no meio do mês, parte do efeito entrou no índice de abril e parte agora em maio.
Transportes: +1,36%
Os preços ligados aos transportes continuam pressionando a inflação para cima, com alta de 1,36% (ainda que bem menor que os 2,82% de abril). As passagens aéreas tiveram o maio impacto nesse grupo em maio, com alta de 12,9%.
Os combustíveis para automóveis subiram 1,1% (também menos que os 5,1% de abril). No caso do etanol, houve até redução (-0,8%). A gasolina subiu 1,3% e a alta do diesel chegou a 5,39% – mas ele tem impacto direto menor no consumo das famílias medido pelo ICV, comparado com o álcool e a gasolina.
Alimentação: +0,7%
No grupo Alimentação e Bebidas, o aumento geral foi de 0,71%. Mas essa alta foi quase toda concentrada nos preços das refeições consumidas fora de casa (1,69%). Na média, os alimentos comprados em supermercados e feita para consumo em casa ficaram praticamente estáveis (alta de 0,06%).
Isso não quer dizer que não houve aumentos. A cebola, por exemplo, subiu mais de 30%. Por outro lado, houve redução nos preços de produtos como o tomate (-20,9%) e batata inglesa (-2,5%). A entrada de alguns produtos em período de safra contribuiu para reduzir preços.