A chegada do Dia das Crianças (12/10) é uma oportunidade não apenas de celebrar e presentear os pequenos, mas também de reforçar a atenção para sua saúde e bem-estar. Um dos principais pontos de discussão sobre isso é a presença da tecnologia na vida deles. O excesso de telas pode prejudicar o desenvolvimento emocional e social, mas a chave para combater isso deve ser o equilíbrio, não a proibição.
Tentar impedir que crianças e adolescentes usem as redes sociais no mundo de hoje é um tiro no pé. Além de isolá-las de informações e interações que ocorrem no ambiente digital, o ato de proibir previne os pais de ensinar seus filhos a terem uma relação saudável com a tecnologia.
A primeira lição é simples, mas poderosa: os pais devem ser o exemplo. De nada adianta exigir que as crianças se desconectem, se os próprios pais estão constantemente conectados. Mostre que existem atividades tão ou mais importantes fora das telas, como esportes, leitura e momentos em família. Ao priorizar essas atividades, você ensina, na prática, a importância de viver o mundo real.
Criar zonas livres de tecnologia em casa é uma estratégia eficaz para limitar o tempo de tela. O quarto das crianças, por exemplo, deve ser um desses espaços, principalmente porque o brilho da tela afeta o sono, e uma boa noite de sono é essencial para o desenvolvimento saudável.
Mas como incentivar esse equilíbrio? A desconexão planejada é uma resposta prática. Estabeleça horários específicos do dia, como durante as refeições ou antes de dormir, onde todos na casa se desconectam. Ao fazer isso, você não só promove o descanso mental, mas também fortalece as relações familiares. A interação cara a cara é insubstituível e vital para o desenvolvimento emocional dos filhos.
Outra dica essencial é observar sinais de alerta. Mudanças de humor, queda no desempenho escolar e isolamento são indicadores que o uso das redes sociais pode estar se tornando prejudicial. A intervenção deve ser imediata e empática. Converse com seus filhos sobre seus sentimentos e proponha alternativas para o tempo de tela, como atividades ao ar livre ou hobbies criativos.
Em suma, viver em um mundo digital é inevitável, mas viver em desequilíbrio não precisa ser. Com orientação, exemplo e estratégias práticas, os pais podem ajudar seus filhos a navegarem pelo mundo digital de maneira saudável, garantindo que o tempo de tela seja apenas uma parte da vida, e não o centro dela.
*Rafael Terra é professor de MBA de Marketing Digital e Redes Sociais e autor do livro Bem-estar Digital.