A Celesc estabeleceu um cronograma para a reativação da usina hidrelétrica do Sertão do Maruim, em São José, a segunda mais antiga do estado.
Com a licença ambiental de instalação em mãos, a companhia prevê que no segundo semestre de 2022 a usina poderá voltar a operar. “A emissão desta licença representa uma etapa extremamente importante, que ratifica a conformidade ambiental do projeto e nos autoriza a iniciar as obras”, afirma o gerente da Celesc Geração, Leonardo Marostica.
As tratativas para obtenção da licença iniciaram em 2017. Em 2018 a Celesc promoveu a revisão e consolidação do projeto para a reativação da usina. Agora, o cronograma prevê 12 meses de obras. “A previsão é iniciar as obras após a conclusão dos processos licitatórios, em cerca de quatro meses, e concluir a reativação da Usina Maruim no segundo semestre de 2022”, destaca a gerente do departamento de engenharia e projetos da Celesc, Estela Christina Muller.
A história da usina do Sertão do Maruim
A geração de energia elétrica em Santa Catarina foi marcada com a construção da Usina Hidrelétrica de Maruim, em São José, inaugurada em 25 de setembro de 1910, por iniciativa do Governo do Estado e do município de Florianópolis.
Considerada a segunda usina do estado, a Usina do Sertão do Maruim foi construída pela empresa luso-inglesa Simmond s& Saldanha e possuía três unidades geradoras, com 620kW de potência.
A partir de 1910, a energia elétrica da usina permitiu substituir os lampiões à base de azeite de baleia, e depois a gás, e expandir a iluminação pública em Florianópolis e atender os principais prédios públicos da capital.
A partir de 1950, devido a sua baixa produção, a Usina Maruim não apresenta mais condições de atender a demanda da Grande Florianópolis. Então, de 1965 em diante, passa-se a comprar energia gerada na Usina Termoelétrica Jorge Lacerda, em Capivari, no Sul do estado. Devido à incompatibilidade de frequência entre as duas usinas, a Usina Maruim deixa de atender o sistema que abastece Florianópolis e continua a fornecer energia apenas aos municípios de São José e Biguaçu.
Tendo sido construída com garantia de 20 anos, a usina operou ininterruptamente durante 65 anos, com seu maquinário original e sem qualquer reforma, exigindo apenas reparos de manutenção, sendo que, em 1972, foi definitivamente desativada.