A Casan emitiu comunicado nesta segunda-feira (19/7) afirmando a estação de tratamento de esgoto da Lagoa da Conceição, que rompeu em janeiro, será ampliada com mais um nível de tratamento químico, até então fora da operação.
Diz a empresa que o modelo secundário, adotado na década de 1980, receberá agora um processo que remove os elementos fósforo e nitrogênio e a carga orgânica, chamado de tratamento terciário. Na ocasião do rompimento em janeiro, quando a lagoa de evapoinfiltração contaminou a Lagoa da Conceição, a Casan negou que houvesse essa carga orgânica no reservatório, e que essa só existiria por conta do material orgânico do ecossistema das dunas, não por refugo do tratamento.
Nas últimas semanas a companhia, diante de previsão de chuvas, também bombeou efluentes para outra parte das dunas, formando outra lagoa de evapoinfiltração, o que desagradou ambientalistas porque a água bombeada não é limpa e afeta ainda mais o ambiente natural arenoso, onde está o Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição.
Depois do acidente ambiental no verão, que casou uma enxurrada em dezenas de casas e deixou a laguna imprópria temporariamente, a Casan tem procurado melhorar a estação de tratamento de esgoto do bairro. Uma das propostas apresentadas recentemente foi a construção de uma barragem com 7 metros de altura para a contenção da lagoa de evapoinfiltração da ETE, e, agora, um sistema melhor de tratamento dos resíduos de esgoto.
“A expectativa é de que se tenha uma elevada remoção de fósforo na ETE Lagoa, como tem ocorrido nas novas estações colocadas em operação pela companhia, especialmente no litoral”, explica o engenheiro químico Alexandre Trevisan, da Gerência de Políticas Operacionais da Companhia.
“A ETE tem uma excelente remoção de matéria orgânica, mas não foi projetada para remover nutrientes que podem contribuir para o processo de eutrofização, dependendo do ambiente onde o efluente é lançado”, explica o engenheiro sanitarista Felipe Trennepohl. Eutrofização é o desenvolvimento excessivo de algas que, quando presentes, podem reduzir os níveis de oxigênio dissolvido na água.
As obras estão em execução, com previsão de conclusão para o final do ano.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br