Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar irregularidades no transporte coletivo de Florianópolis foi instituída na Câmara municipal nesta segunda-feira (11/2). A abertura do inquérito tem diversos interesses e foi apoiada tanto por membros da bancada governista, incluindo um aval do prefeito Gean Loureiro, quanto de vereadores em oposição.
Além do aumento da tarifa, será investigado o processo de licitação para a concessão do serviço de transporte, vencida pelo Consórcio Fênix, e a falta de utilização dos terminais da região continental e do Saco dos Limões após sua construção. A investigação será a partir do ano de 2002, quando foi implementado o sistema de baldeação dos ônibus, incluindo o Ticen (Terminal de Integração do Centro).
A CPI terá cinco parlamentares, advindos de cada bloco partidário: um do DEM, PTB, PSC e PSB; um do PRB, PSD e PR; um do MDB; dois dos demais partidos PP, PSDB, PSOL, PT ou PDT.
O presidente da Casa, Roberto Katumi, que não pode participar de CPI, diz que fará questão de acompanhar de perto e cobrar resultados. “Tanto oposição quanto o governo apoiaram a medida em benefício da população. É nossa obrigação fiscalizar”.
Apoio popular
Israel Rocha, do Movimento Acredito em Santa Catarina, que conseguiu 6 mil assinaturas para abertura da CPI, solicitou apoio dos vereadores para que essa investigação tenha resultado. “Precisamos de um transporte coletivo de qualidade em Florianópolis, estamos cobrando da prefeitura uma resposta desde a última gestão, porém a passagem só aumenta, e a população quer respeito”, afirma o estudante de Direito da UFSC e membro do PSB.
O estopim para o abaixo-assinado e a consequente instalação da CPI do transporte coletivo foi um novo aumento de passagens na virada de ano – os valores passaram de R$ 3,99 para R$ 4,18 para pagamento no cartão e de R$ 4,20 para R$ 4,40 no pagamento em dinheiro.
A CPI do transporte coletivo tem prazo de 90 dias, prorrogáveis por mais 90 se os membros necessitarem de mais tempo para a investigação.