Por Ana Ritti
O ministro da saúde, Eduardo Pazuello, divulgou ontem (20/10) que assinou um protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica da China Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. O anúncio, no entanto, não teve aprovação do presidente Jair Bolsonaro, que utilizou o twitter para colocar sua decisão de não comprar a vacina chinesa e associá-la ao governador paulista.
No twitter, Bolsonaro afirma que antes de uma vacina ser disponibilizada à população, ela deve ser comprovada cientificamente pelo ministério da saúde e certificada pela Anvisa. O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, diz que houve uma interpretação equivocada da fala do ministro e que a vacina chinesa não foi aprovada pela pasta. Trata-se, na verdade, de um protocolo de intenções entre o ministério e o Instituto Butantan, em que não significa que haverá compra mas pode proporcionar uma “vacina brasileira, caso fique disponível antes das outras possibilidades”, destaca.
O presidente ainda acrescenta em sua postagem que “Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”.
Em agosto, ele assinou uma MP que libera R$ 2 bilhões para a vacina de Oxford, ainda em fase de testagem. O recurso foi destinado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem acordo com a farmacêutica AstraZeneca para as compras de lotes da vacina inglesa.
A Coronavac já está na terceira fase de testes e, segundo o Instituto Butantan, ela é uma vacina segura, que não apresenta efeitos colaterais graves. Os testes serão realizados em 13 mil voluntários e a expectativa é que sejam finalizados até dezembro.
