Banda Cores de Aidê faz primeira turnê internacional

    Banda Cores de Aidê faz primeira turnê internacional
    Cidades do México e o Emirado de Dubai recebem o samba-reggae das nove integrantes do grupo, que utilizam a voz, a percussão e a dança, para valorizar as mulheres e reconhecer a ancestralidade afro-brasileira - Ana Carolina Jerônimo/Divulgação/CSC

    Entre 14 e 30 de outubro, a banda Cores de Aidê, coletivo de nove mulheres performáticas que reúne dança, percussão, voz e composições, apresenta o show “Quem é essa Mulher”, em nove cidades do México  no Festival Santa Lucía – Monterrey e em Dubai, na Expo 2020 Dubai: Home | Connecting Minds, Creating the Future, maior feira internacional de inovação, tecnologia, mobilidade e sustentabilidade. Essa é a primeira turnê internacional do grupo que nasceu em Florianópolis, no Carnaval de 2015.

    Toda a concepção dos shows foi elaborada pelas integrantes – Sarah Massí, Bê Sodré, Nine Martins, Nattana Marques, Carla Luz, Laila Dominique, Fernanda Jerônimo, Cauane Maia e Dandara Manoela -, com músicas de seu primeiro álbum “Quem é Essa Mulher”. Entre elas, Lugar de Mulher, Negra, Vem com Aidê e Índia. A principal mensagem do espetáculo é a valorização das mulheres na sua diversidade e o reconhecimento da ancestralidade africana por meio do samba-reggae.

    Na apresentação da Cores de Aidê não existe instrumento harmônico, além das vozes. “Nossa expectativa é estabelecer uma conexão através da música, da percussão, da ancestralidade afro-brasileira com o público”, afirma a doutoranda em Antropologia, Cauane Maia, vocalista e percussionista. “A ideia é compartilhar o legado percussivo que o Brasil tem com outras partes do mundo”, complementa.

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    Foi essa ancestralidade afro aliada à sonoridade moderna, que encantou os produtores mexicanos do Festival Santa Lucia, um dos melhores da América Latina, que tem o intuito de aproximar a arte das pessoas, conectando comunidades com sentido de pertencimento e inclusão, para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.  Em Dubai, Cores de Aidê faz três apresentações – dias 14, 15 e 16 de outubro – no Palco Jubilee da EXPO 2020. O convite foi feito pelo Itamaraty com o intuito de mostrar o melhor da cultura musical brasileira para o resto do mundo. “Reivindicamos um protagonismo da mulher e usamos a música percussiva, a dança, nossos corpos e vozes para levar nossa mensagem a todos os lugares”, esclarece Cauane.

    Quem é Aidê?

    Aidê era uma mulher africana que foi traficada no período escravocrata. O sinhozinho apaixonou-se por ela e lhe ofereceu a liberdade  em troca do casamento. Aidê se recusou e fugiu para o quilombo de Camugerê, onde descobre o amor na coletividade. Cores de Aidê quer, com Quem é Essa Mulher, recuperar, em alguma medida, os significados da história de Aidê, uma mulher que não negocia seus valores, que dá força, que inspira o coletivo de mulheres.

    Quem são as integrantes de Cores de Aidê
    dez integrantes de Cores de Aidê posam sorridentes para a foto com tambores
    Cores de Aidê, formada em Florianópolis em 2015, ganha voo internacional – Ana Carolina Jerônimo/Divulgação/CSC

    Sarah Massí – regente geral e percussionista (repique, xequerê e caixa/tarol); Bê Sodré – percussionista (repique e xequerê); Nine Martins – percussionista (surdo marcação); Nattana Marques – percussionista (surdo contratempo); Carla Luz – percussionista (surdo fundo); Laila Dominique – bailarina e percussionista (surdo fundo); Fernanda Jerônimo – bailarina; Cauane Maia – vocalista e percussionista (agogô e surdo marcação); Dandara Manoela – vocalista e percussionista (repique e xequerê)

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